Concorrer de novo à Direcção do OLCA, mesmo que forçado pelas circunstâncias, quando já se passou dos sessenta anos e há um mar de solicitações muito agradável, não é, mesmo assim, um sacrifício, mas um dever inalienável. Neste momento só o Orfeão e os amigos me ligam mais fixamente a Leiria, a minha vida faz-se noutras latitudes. Mas continuar a assumir riscos, que é uma das componentes fortes da liderança, e fazê-lo com uma renovação muito substantiva na composição do elenco directivo, ao fim dum desgaste de tantos anos, é também altamente motivador.
Obviamente que as circunstâncias tão difíceis ditam também a premência em encontrar caminhos novos e enxertá-los no passado glorioso. Há que rever as concepções em termos de: planeamento estratégico; enquadramento regional (onde há escolinhas sempre na imprensa mas donde poucos resultados saem); diversificação do financiamento (o recurso ao aumento do volume de alunos no ensino privado é uma prioridade); fortalecimento da qualidade escolar e artística (ministrar o Ensino Profissional autonomamente e não exclusivamente em articulação com Agrupamentos de escolas do ensino secundário, como vem sucedendo); abertura a cursos inovadores para todas as idades; reforçar o ensino sénior e do Projecto Oficina, a decorrer no Orfeão Velho;
redimensionamento institucional; melhor comunicação externa e interna; sistematização mais eficaz da imensa produção artística reforçando-lhe o impacto público; participação nas redes nacionais; reforço da qualidade coral pela manutenção na primeira divisão dos corais portugueses, algo muito difícil nos dias de hoje, de molde a poder-se competir nos melhores concursos e eventos nacionais e internacionais (para tal já foi contratado o maestro João Branco). A organização dum certame internacional nesta área, projecto antigo, pode surgir agora.
Henrique Pinto
Fevereiro 2012
FOTOS: Henrique Pinto; Arquitecto Carlos Vitorino, vice presidente (aqui em férias na sua casa da ilha do Pico); Dra. Telma Curado (novo membro do Conselho Fiscal)
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