quarta-feira, 26 de agosto de 2015

AS PESCAS EM CORTEJO FÚNEBRE

Portugal tem a maior zona económica exclusiva (ZEE) na Europa. Todos a cobiçam.
De pouco vale ao país andarem por aí uns náufragos de ideias a carpirem a não aproximação ao mar – um dos nossos ícones históricos – se pouco ou nada fizeram, se pouco ou nada fazem, a defendê-la. A Espanha teve capacidade negocial para, ao tempo da PAC e duma das carpideiras lusas, preservar a sua agricultura, as suas pescas. Aqui compraram-nos tal opção. Resta saber que foi feito do custo da transação.
Agora acontece o desastre no país das sardinhas. Reduziram-nos, sob a bandeira da preservação da espécie (tese mal demonstrada) as quotas de apanha de tais peixinhos saborosos, este ano para níveis miseráveis, no próximo ano, diz-se, para um escalão mortal para as nossas pescas.
Compreende-se que os restantes países queiram tomar conta da ZEE portuguesa. Não se compreende que Portas e janelas assobiem para o ar, ou se divirtam no blá, blá, blá do supostamente feito, e que as negociações em Bruxelas tenham esta natureza irrevogável, de cortejo fúnebre.
Henrique Pinto

Leiria, Agosto 2015 

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