O discurso de Fernando Nobre no Parque das Nações foi vibrante, incisivo. Não deixa de ser curioso que o homem das tácticas, mestre em jogos de bastidores na política, Marcelo Rebelo de Sousa, que muitos portugueses respeitam sem entendê-lo muito bem, à noite, usasse o seu palanque televisivo para dizer que «são ideias que nada dizem a este Portugal». Terá ensandecido de ciúmes, professor Marcelo?
«Estamos a caminho de recomeçar Portugal», começou Fernando Nobre, «Não sou o produto dum partido, sou quem quer dar ao país tudo o que ele me deu».
«Sou como sou, sem décadas no partido, sem ter sido primeiro-ministro, durante esse tempo estive em hospitais de campanha, mundo fora, em vez de discursos fiz intervenções cirúrgicas» onde mais recursos não havia. Em vez de congressos liderava missões humanitárias, atento às necessidades dos outros», continuou.
«Se para ser Presidente da República é preciso ter 34 anos de deputado, então não sou bom candidato. Se for preciso ter sido primeiro-ministro e Presidente da República como Cavaco Silva foi em 29 anos, então não sou bom candidato». Mas a democracia é ter mais que partidos políticos, ou pessoas que depois neles se protegem dos seus telhados de vidro».
Henrique Pinto
Setembro 2010
FOTOS: Fernando Ká, Mandatário de Fernando Nobre pela Emigração, João Ermida, Mandatário Nacional, Fernando Nobre e Nilton, Mandatário Nacional da Juventude, na Abertura da Convenção da Cidadania e da Esperança; Marcelo Rebelo de Sousa e o tacticismo supostamente científico; Edmundo Pedro, decano da candidatura de Fernando Nobre e decano da Comissão Política Nacional do PS de que é fundador; o Parque das Nações em Lisboa, sede da Convenção da Cidadania e da Esperança
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