Esta semana avanço um passo na idade sem, sem dor nem complexos.
Sinto-me bem com isso. E também me sujeitarei a um teste dos mais arrojados numa
vida, longe de Portugal. Nunca tive espírito de emigrante. Contudo, não deixam de me
entusiasmar mais e mais estes desafios e contactos de alto nível, fora de
portas, indiferente aos anos que passam.
Para tal quase diria que ganhei fôlego no fim de semana. Primeiro,
o Nuno orientou os meus treinos físicos com muita intensidade. O boxe quase me
fez sucumbir. Depois tive a satisfação enorme de visitar as novas
instalações de Vida Plena em Leiria.
Este projeto social foi lançado quando presidi ao Rotary Club de
Leiria em 1998. Conseguido um apoio do Programa oficial de Luta Contra a
Pobreza, perspetivou-se a ideia de acompanhar socialmente as crianças em risco
até à idade adulta, sem esquecer a habitação e o emprego dos pais. Daí que,
sentado na costa do Cais do Pico olhando a beleza do mar contraposto a São
Jorge, me ocorreu o nome Vida Plena. As ideias cabiam todas naquelas duas
palavras. Então como agora senti-me particularmente orgulhoso.
Mas se nos confinamos a um determinado campo fica-nos um horizonte
imenso longe do olhar. Eu sempre tive este pensar ao jeito caixeiro viajante de ideias
e mundos. Ora, a doença mental é das patologias menos cuidadas pelo Estado. A
saúde mental dos portugueses é um terreno quase ao abandono. Não fora a
Associação Alzheimer de Portugal a encarar de
frente esta gigantesca clareira, resolvendo
a gota de água que poderia fazer transbordar o oceano – parafraseando Madre
Teresa de Calcutá na Convenção de Rotary em São Paulo – e a inanição tomaria conta de tudo. O Passeio da Memória,
organizado pela terceira vez por esta prestigiosa Associação, agora em sete cidades
portuguesas, aproveitando-se toda a
beleza das ruas cheias de gente sequiosa de desporto e ar livre - o Dia Europeu das
Cidades sem Carros -, foi um sucesso. É importante dar um testemunho público, quase um
grito, deste problema informe. O passeio entende-se como tal. Eu estive na marginal Cascais – Lisboa com minha filha e milhares de
pessoas e senti-me feliz por poder ajudar.
E a Helena Cordeiro lançou o seu livro de poemas Murmúrios da
Alma. Onde? No Auditório da Escola Salesiana de Santo António do Estoril, a
minha escola. Estive lá com um gosto imenso e muitos dos seus amigos. Bem haja.
Henrique Pinto
22 de Setembro de 2013
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