Esquerda e direita como
categorias políticas opostas diz-me muito pouco. Talvez com exceção do trânsito
e seus códigos. Veja-se o ultraliberalismo económico que grassa da Chima
«comunista), atravessa as heranças do socialismo democrático e social-democracia,
e culmina nas economias de tradição mais virada para a riqueza material.
Já o pensamento sobre a
cultura tem distribuição mais parca. Lembro-me das respostas com conteúdo
semelhante e opiniões diversas quanto a personalidades de relevo, em que há
anos fui envolvido no Jornal de Leiria com várias pessoas, incluindo amigos
como Henrique Neto. Citei Pacheco Pereira e a redação suprimiu a resposta.
Outros referiram-se a nomes obscuros de políticos tout court e lá apareceu a citação.
Em Ponto e Contraponto
Pacheco Pereira, dos poucos intelectuais contemporâneos política portuguesa, enunciava
dois pilares da nossa civilização. Sem eles ficamos amputados, confessava. Um, o
da história greco-latina, outro a construção religiosa judaico-cristã (do
antigo testamento ao Papa Francisco).
Concordo em absoluto.
Estive anos sem ir à Grécia porque um suposto intelectual deste burgo me dizia
«são só pedras». Quando me decidi voltei sempre com ardor, incluindo quantas
vezes lá fui palestrar. Certa vez fiquei um dia mais em Atenas porque minha
filhota, de nove anos, quis ver mais uma vez a Acrópole. E isso encantou-me.
Por todo um gosto pelo
saber e memória das grandes edificações do homem, e os pilares referidos são
súmulas de profundidade e diversidade, corroboro Pacheco Pereira quando apela, «ao
menos por amor à cultura, Amemos a Grécia».
Henrique Pinto
Julho 2015
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