As sondagens falham cada
vez mais. Já expliquei as razões num destes dias. Apraz-me contudo dizer um
pouco mais sobre duas delas.
As pessoas inquiridas
mentem. Fazem-no sobretudo por medo e por serem induzidas a tal.
Sabe-se, e bem para lá do
espaço urbano, que a devassa da vida quotidiana se faz a todos os níveis:
facebook; escutas legais e ilegais, incluindo os registos das empresas, dos
telefones, dos e mails, etc.
Por outro lado, nunca como
agora se fez um massacre sobre os cidadãos, de dimensões tão alarmantes, ao
nível da comunicação pública. Centenas de jornalistas mal formados ou a soldo,
comentadores ao mesmo estilo, por vezes até de carater duvidoso (vi-o sem
sombra de dúvida há poucos dias por parte duma docente universitária na TV, a,
entre outros mimos, chamar pateta a Jaques Delors), propalam a cada instante
ideias feitas pelos «poderes», quando não as conjeturas mais tenebrosas e ignorantes,
geradoras de instabilidade e medo.
Alguns comentadores que
profissionalmente se pagam a peso de ouro, à esquerda e à direita, também dizem
coisas deste género, «pois, os bebés são bonitos, mas quando crescem…! Referem-se
aos gregos. Mesmo políticos jovens não se exibem às pequenas mentiras,
escudando-se na pretensa sabedoria dos lugares que ocupam. Vi várias pessoas
conhecidas no facebook a titularem os Nobel como Paul Krugman, e outros sábios,
de ignorantes.
Quem souber o mínimo de
história contemporânea sabe ser impossível haver um povo com 61% de radicais.
Quem ler alguma coisa fora destes circuitos, conhece a força de regeneração do
capitalismo selvagem ultraliberal que, em rede, cobre todo o espetro político à
escala do planeta. Portanto, agora como em 2008, esta agiotagem, tema avivado
pelo Papa Francisco, não desistirá tão cedo de sugar o sangue dos gregos
impingindo-lhe os empréstimos para o pão (e particularmente para os bancos), de
todo impagáveis. Os seus próceres fogem como o demo da cruz a ouvirem falar em
estruturação das dívidas públicas.
Lembro-me sempre das
empresas D. Branca aqui em Leiria a emprestarem dinheiro à semana com juros de
500% para se pagarem salários. Como seria expetável, todos os «beneficiários»
faliram.
Henrique Pinto
Leiria, Julho 2015
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