Nesta década, Leiria e outras cidades e vilas de Portugal evoluíram no urbanismo. Retrocesso e estagnação existem em Setúbal e Cascais. Junta-se o mau gosto pífio à chinesice total.
Dos candidatos autárquicos de Leiria espero disponibilidade intelectual para superarem em muito o já feito. Haverá que concluir infraestruturais rurais (a iniciativa local foi aí determinante), ligar melhor as urbes, apostar em nichos de desenvolvimento como Caranguejeira e, sobretudo, Monte Real. E há todas as condições para enfatizar os ganhos ambientais e na cultura.
Conheci Birmingham quando estudei em Londres. Era um burgo porquíssimo, fumo sufocante e lodo nos canais. Ao navegá-los podia-se ainda lobrigar a nuvem de torres e campanário que inspirou Tolkiem em O Senhor dos Anéis. Hoje está uma urbe apetecível, a seduzir o turista médio, parte do centro renovada por uma arquitectura moderníssima de plena integração urbana, a lembrar algumas cidades japonesas.
Por lá cogitei nos três reptos que muito gostaria pudessem ser aceites pelos meus amigos candidatos a Leiria.
Para a cidade, sempre um rosto virginal, eu exijo o arrojo de Capucho no novo Estoril Sol e de Birmingham do Ring à Filarmonia. O arquitecto dum dos projectos adiados de Centros Comerciais andou por lá a perscrutar, ao que parece pouco inspirado. E se recrie uma arquitectura de referência em estética, qualidade e utilização. Vimos que tal é possível com Isaltino Morais. O factor pessoa pública é-me aqui irrelevante.
O centro histórico, corcel de Vitorino, podia ser o melhor lugar de compras do mundo em vez do mais abandonado. Perdeu-se tempo. Agora é a altura definitiva para o tornar um estandarte do belo, cultural e popular.
O mais difícil destes desafios, absolutamente factível, é virar atractivo turístico. Sem esperar pelos órgãos do Estado. O sucesso pode estar no apanhar o comboio de algumas ideias excelentes de Batalha, Tomar e Óbidos e pugnar por um projecto integrado. Há os parceiros certos nos sectores privado e público – fora com os bloqueadores usuais – e inteligência suficiente para ajudar.
Depois há a música. Um município com tamanha iniciativa e capacidade de impacto nos círculos intelectualizados e nos populares, rurais até, não pode descurar este bem, como maus conselheiros na Região de Turismo fizeram.
Quero uma nova história.
Hpinto
In Região de Leiria
Julho 2009
Frases de 2024 (34)
-
*«Éramos felizes e não sabíamos.»*
*Marcelo Rebelo de Sousa lembrando a coabitação com António Costa*
Há 6 horas
Sem comentários:
Enviar um comentário