religiosamente, até ao Museumplein ouvir a Orquestra Concertgebouw (em breve estará em Lisboa, de novo), ou apreciar uma outra vez o essencial da pintura do eterno Van Gogh, aquele que numa curta vida procurou obsessivamente a cor máxima, única, absoluta, qual nota triunfal. À Maria da Graça agradeço o ter-me feito devoto de tal demiurgo sublime!
O Museu Van Gogh de Amesterdão guarda a maior parte das pinturas e desenhos deste artista singular. Granjeia já milhão e meio de visitantes por ano chegados de todo o mundo. Tem por vizinho outro dos ícones da cidade, o Rijksmuseum, possuidor da maioria da pintura holandesa e dos seus grandes mestres em todos os tempos, de Rembrandt a Vermeer. Mas
o museu de Van Gogh está fechado para obras até Abril 2013. Um pouco dos trabalhos do génio está de momento à guarda do novel Museu Hermitage de Amesterdão. Trata-se dum ramo do Hermitage russo. É mesmo a contribuição mais significativa deste museu fora de São Petersburgo. Durante 324 anos o edifício, construído em extensão numa das curvas do rio Amstel, e os seus pátios interiores, foram lugar de assistência na saúde e alojamento para seniores. No final do século XX
renasceu para uma nova utilização. O museu, fundado em 2004, cresceu entre 2007 e 2009, altura em que foi inaugurado pela Rainha Beatriz e pelo presidente russo Dimitry Medvedev. Hoje é um destino popular. As exposições têm incluído tudo, de ourivesaria grega a Arte Nova, desde Matisse a Malevich. Alberga agora uma riquíssima mostra do pintor
holandês e uma outra, igualmente espantosa, dedicada a um segmento significativo da pintura impressionista em geral, Degas, Renoir, Cezanne, Gauguin, Monet e tantos outros. É um duplo encanto neste Outono a valer por mil dias.
Henrique Pinto
Novembro 2012
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