Sempre que precisei os
meus colegas de profissão, os médicos, foram absolutamente magníficos.
Certo dia em San Diego,
USA (já contei isto por aqui), uma minha amiga investigadora da Universidade da
Califórnia do Sul, disse-me o seguinte: recebemos lá hoje um telegrama dum
médico português com 56 páginas, todos rimos. Na altura ainda não era comum o
telex. Por esses dias Aldoux Huxley por lá palestrara com muito sucesso. Quando
me referiu o nome do professor Cunha Vaz respondi-lhe de pronto: riram, mas certamente
por ignorância. De fato, neste momento, esse meu querido professor de
oftalmologia é o dono da cadeira na Universidade de Chicago, atentem no
telegrama e talvez a universidade de San Diego possa vir a ter um dos grandes
mestres mundiais desta disciplina médico-cirúrgica.
Efetivamente o professor
Cunha Vaz criou na Universidade de Coimbra em Portugal um dos centros mundiais de
referência da oftalmologia. O meu condiscípulo em Coimbra, António Travassos (não
gosta de ser tratado por professor), autor dessa proeza da medicina, qual Jesus perante Lázaro
de hoje, é um dos seus muitos alunos de eleição que continuam na cidade e no
país a honrar o prestígio dessa escola e desse mestre no mundo.
Ao colega António
Travassos e ao professor Rui Proença (e às suas equipas) devo a feliz
circunstância de ainda andar neste mundo e vendo o que se passa. Obrigado,
caríssimos.
Henrique Pinto
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