Katrine Meyer, secretária executiva do International Task Force on the Holocaust Education, foi uma das oradoras convidadas na Cerimónia de Evocação da memória do Holocusto, que teve lugar na Assembleia da República.
Partilho com os amigos desta causa o que ela afirmou a propósito e Aristides de Sousa Mendes:
Não transmitir uma experiência é traí-la
«Permitam-me começar com uma citação de Elie Wiesel: "Não transmitir uma experiência é traí-la." Relembrar o passado e os milhões de pessoas que pereceram no Holocausto é o mínimo que podemos fazer para honrar a sua experiência. A memória é o que devemos às vítimas, aos sobreviventes, aos libertadores e a nós próprios.
Entre 17 de Junho e 8 de Julho de 1940, Aristides de Sousa Mendes, Cônsul de Portugal em Bordéus, emitiu vistos de entrada a 30.000 judeus e outros refugiados em fuga de uma França ocupada pelos nazis. Em menos de três semanas conseguiu salvar o equivalente a uma cidade inteira da destruição quase certa. Estudiosos da época afirmam que o seu trabalho foi fundamental para a abertura de uma via de fuga através de Portugal que foi utilizada durante a guerra. Não exagero ao dizer que milhões de pessoas que hoje estão vivas devem a sua existência, de forma directa ou indirecta, a este homem
corajoso que morreu indigente e em desgraça, punido pelo governo de Salazar por ter desobedecido à ordem directa de suspender a emissão de vistos a judeus refugiados. Contudo, Aristides de Sousa Mendes manteve a sua posição: "Não podia ter agido de maneira diferente, aceito, portanto, com satisfação tudo o que se abateu sobre mim", afirmou após a guerra.
Eis a definição de um verdadeiro herói: um homem que desobedece ao seu próprio governo e que paga um elevado preço pessoal para fazer o que está certo - salvar pessoas inocentes da morte e do sofrimento. Esta é também a definição de um verdadeiro diplomata: alguém que usou o seu cargo
influente para ajudar as pessoas a atravessar as fronteiras para a segurança no meio de uma guerra terrível. Foi, sem dúvida, um dos Justos entre as Nações e foi oficialmente reconhecido como tal em 1966 por Yad Vashem, o órgão responsável pela memória dos mártires e heróis do Holocausto em Israel. Em 1988, o Paramento português reabilitou Aristides de Sousa Mendes e atribuiu-lhe a Ordem da Liberdade.
Todos vós conheceis, certamente, os pormenores fascinantes da grande história de heroísmo de Aristides de Sousa Mendes.
É, indubitavelmente, uma história encorajadora.»
Katrine Meyer
Janeiro 2011
FOTOS: Cônsul Aristídes de Sousa Mendes; família de Aristides de Sousa Mendes, 1936; Estátua de Aristídes de Sousa Mendes erguida em Bordéus, França; Museu da Herança Judaica em Israel, onde se perpetua a memória do cônsul português; família de Aristides de Sousa Mendes; Angelina e Aristides de Sousa Mendes; interior da Casa Passal, em cima e Casa Passal, em baixo (Cabanas de Viriato)
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