segunda-feira, 29 de setembro de 2014

NO DIA DO CORAÇÃO COMECE A MELHORAR E FUJA DA ALDRABICE

Hoje é o Dia Mundial do Coração. É recomendável o não perder-se a oportunidade de dizer, hoje e sempre, «na maior parte dos problemas cardíacos, tal como na destruição do planeta ou da atmosfera, está, infelizmente, a mão do homem». A possibilidade de reverter a situação está igualmente ao seu alcance. Vejamos apenas dois dos instrumentos mais importantes que podemos utilizar para tal: atividade física; alimentação rica nos nutrientes saudáveis.
A inatividade é uma causa relevante da obesidade. E esta é a maior inimiga do coração e órgãos conexos. No entanto, esta doença inflamatória (não se espante, a obesidade é exatamente isso!), é reversível com o contributo, entre outros fatores, do exercício físico. Mais do que o Fitness físico, é o gasto de energia total que melhor protege o indivíduo contra a síndroma metabólica da obesidade (hipertensão, doença cardíaca, diabetes…) e a perturbação da tolerância à glicose.
Os números ajudam sempre a pensar de modo mais focado no problema. Eis apenas alguns exemplos:
Uma perda de peso intencional na ordem de 0,5 a 9,0 quilos de peso está associada a um decréscimo de 40 a 50% da mortalidade por cancros relacionados com a obesidade. É obra, hein!? Uma igual diminuição de peso pode reduzir 30 a 40% da mortalidade relacionada com a diabetes. Olá, mas isto é o máximo, Portugal é o país europeu com mais diabéticos! o que cada um podería fazer se cuidasse um pouco mais de si próprio!
E mais, um homem com 140% do peso médio é 5,2 vezes mais suscetível de morrer de diabetes que uma pessoa de peso normal. Nas mulheres este mesmo parâmetro sobe para 7,9 vezes.
Mas porque a efeméride é o coração, vamos lá. A causa de morte mais determinante entre os obesos é a doença coronária. E a obesidade está fortemente associada com a hipertensão arterial e AVC (as ditas tromboses…), particularmente entre os jovens.
O risco de enfarte do miocárdio (seja fatal ou não) entre as mulheres com um índice de massa corporal (IMC) superior a 29 quilos por metro quadrado de altura (bem fácil de atingir!) é 3 vezes superior ao que acontece entre as mulheres magras (e logo quando as senhoras são mais propensas a engordar que os homens).
Estados clínicos comuns entre os obesos como Tensão arterial alta, Triglicerídeos elevados e uma Taxa alta de Colesterol LDL (o mau…), favorecem o aparecimento de Aterosclerose. As pessoas «gordas» têm ainda a possibilidade de lhes sobrevirem anomalias nos fatores da coagulação do sangue, as quais mais fazem subir o grau de risco de trombose e enfarte do miocárdio.
Pessoas com «barriguinha», uma quantidade substantiva de gordura na cavidade abdominal (mais que na área subcutânea dos membros), têm um risco maior de doenças do coração e de diabetes que as pessoas com uma quantidade semelhante de gordura distribuída perifericamente.
Pois bem, tanto a prevenção como o tratamento da obesidade, depende em primeira instância da vontade e inteligência de cada um. E qualquer das situações inimigas do coração aqui avançadas, melhora com uma redução terapêutica do peso. É bom, portanto, decidir-se a mudar o estilo de vida. Mas, se precisar de ajuda qualificada, é bom o bater à porta certa. Há que ter cuidado com os cantos de sereia (os da facilidade e da pressa, das pílulas e reduções mágicas, das dietas da TV e das Revistas cor de rosa, etc.), e fugir da aldrabice que por aí medra. Mesmo onde menos se espera.
Setembro 2014
Henrique Pinto

(médico especialista)

VISITA DE GOVERNADOR PARA UMA CHAMA MAIS FULGENTE

A Visita Oficial de Governador de Rotary, para mais antecedida de Seminário sobre o Quadro Social ocorrido há pouco em Leiria, não passou ao lado deste tema. O Rotary Club da cidade tem um excelente quadro de sócios e prepara-se para crescer. É essa também a nota dominante para o país e o mundo. No entanto, tal só poderá ocorrer com sucesso duradouro se se contornarem os constrangimentos circunstanciais.
Há 110 anos os Rotários são um movimento de profissionais, de líderes nas suas ocupações, todas se possível, e na sociedade, empenhados em valorizar as comunidades com patamares comuns, o elevado padrão de ética e o espírito de Servir. A diversidade do fazer e a rotatividade no «ser isto ou aquilo» na estrutura do movimento (sobre a qual, dantes Carlos Ravizza, hoje Marco Kappenberger, defendem estar-se em degenerescência pela consolidação do centralismo), são quase dogmas a todo o tempo reafirmados. Algumas pessoas de «boa vontade» defendem ainda, às vezes por pura ingenuidade, «os seus pares só podem ser ou são pessoas boas, únicas». 
Todavia, Rotary como qualquer conclave de humanos, é um reflexo da sociedade do seu tempo. Por mais cuidadoso que seja o recrutamento e por melhor que se enfatize a imagem pública, existirão sempre, naturalmente, as pessoas que melhor interiorizam os princípios em relação a outras. Há os que mais se envolvem no servir. Há aqueles que têm mais aptidão para se tornarem líderes. O mal existirá apenas se não se fomentarem a cada instante as condições para se perpetuar o equilíbrio. 
Qualquer Rotário pode conhecer os seus companheiros pelo mundo. Há em todos os níveis organizativos no planeta Guias de contatos com fotos e demais elementos de referência. Se ao olharmos um desses livrinhos ou CDs nos deparamos com as imagens de certos membros a repetirem-se página a página, aglutinando funções como quem faz tirocínio para mais altos voos (conheço casos desses na política, nas empresas que emanaram do Estado, no social, na cultura), fácil se torna ver que algo não vai bem. Mais que a imodéstia e a mentalidade obsessiva do controlo, é o princípio da instalação duma doença autoimune difícil de suster. E mesmo fazendo-se encontros regulares sobre a composição do movimento, este vírus, qual Ébola, raramente é afrontado. 
A degenerescência também contagia. Há uns quinze anos, a rotatividade no meu clube assentava, desnecessariamente, num número exíguo de companheiros. Fosse porque eu pus o problema numa reunião, apontando para a exequibilidade e a premência de não se repetirem os presidentes, fosse por outras razões, na verdade ano a ano as lideranças têm sido novas, as ideias são diversas e a chama mantém-se bem fulgente na diferença. Em termos mundiais, o normal é também acontecer assim. Nos níveis intermédios entre o local e o global instala-se, paulatinamente, uma certa oligarquia 
anquilosante. Há que procurar nesta área o antídoto para tal síndroma que entorpece o crescimento saudável. Dificilmente a mobilização emergirá sem o arejar dum espírito renovado e com fulgor. 
Henrique Pinto
Setembro 2014

terça-feira, 23 de setembro de 2014

AS ÁRVORES E AS NÚVENS

Não se pode fazer a dicotomia «ver a árvore ou a floresta» com a facilidade vista por aí. E menos ainda tomar a nuvem por Juno, bem mais frequente.
O líder atual duma prestigiada agremiação nacional deu-lhe agora para cutucar a honra dum dos atletas da sua instituição mais notáveis de sempre. O acervo dum histórico não é apenas o património material, ou mesmo financeiro. Dificuldades neste campo ou na capacidade operativa quem as não tem ou teve? Só que as pessoas que fizeram crescer as Obras e que de qualquer modo honraram sobremaneira as associações ou empresas são sua pertença eterna e inalienável. Constituem, de fato, o seu mais rico património. Não há circunstância mais comezinha, ou falta de resultados favoráveis, desportivos, sociais, financeiros, suscetíveis de justificarem um alardear público ou soto voce de aleivosias contra tal património feito de pessoas.
O meu bom amigo Marco Kappenberger, ambientalista notável à escala do planeta, lançou esta semana uma «Open Letter to you», carta aberta exaustiva e impenitente contra o centralismo de associações vigorosas, universais. Fez-me lembrar Chomsky. Em verdade, algum desse centralismo, seja qual for o espetro espacial de intervenção, é absolutamente necessário em termos de gestão viável. Todavia, em qualquer tempo (a contrariar a tendência para se ver tudo à luz do presente, ou pela ótica de quem manda hoje, atitude absolutamente primária), tão grave é delapidar a honra dos que já engrossam o capital humano histórico, como esquecer por princípio a autonomia, limitada que seja, e a iniciativa, atributos de certo modo potenciadores, ou boa parte da energia, do voluntarismo dos que participam de alma e coração. Daí a plena razão ganha pelo Marco.
Uma e outra situações são bem mais numerosas que as árvores e nuvens só por si. Infelizmente.
Leiria, Setembro 2014
Henrique Pinto

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

BEM HAJA DR. LUIS PORTELA

O reconhecimento do Profissional de Mérito é, porventura, o ato de maior simbolismo de Rotary International, movimento de profissionais. Em Portugal decidiu-se homenagear uma figura com os requisitos indispensáveis a tal classificação.
É norma a muitos níveis aparecer os nomes dos grandes merceeiros nacionais, de ética de pacotilha, com as suas sedes na Holanda. Até o Dr. Salazar já foi distinguido pelo voto televisivo como o melhor português de sempre.
Regozijo-me francamente porquanto seria bem difícil a resposta presente dos Rotários agradar-me mais do que esta que ora me tocou. Após consulta a todos os clubes do Distrito 1970 para indicarem um profissional que, em seu entender, justificasse uma homenagem de todo o Distrito, e tendo presente as propostas apresentadas, os Presidentes das Comissões dos Serviços Profissionais e de Imagem Publica decidiram escolher o Dr. Luís Portela.
O Dr. Luís Portela é um empresário da área da investigação e de produção de produtos farmacêuticos, proprietário da empresa BIAL, uma personalidade distinta de referência nacional e internacional, com espírito empreendedor, criador de riqueza e de emprego, um exemplo de integridade moral, promotor dos princípios da responsabilidade social.
No próximo dia 25 de Outubro terá lugar esta singular cerimónia de homenagem, a decorrer em Alcobaça. Bem hajam companheiros. Bem haja Dr. Luís Portela.

NOTA: O Dr. Luís Portela, nas fotos, no topo e na de baixo, aqui à esquerda do Professor Daniel Serrão, num Seminário em que ambos participámos há um ano.
Setembro 2014
Henrique Pinto

terça-feira, 16 de setembro de 2014

DESGRAÇAS E VENTURAS DE 35 ANOS DA SAÚDE

Eu sempre exerci funções públicas e privadas. Hoje é mesmo este último setor o único berço da minha prática. Posso assim dizer aquilo que tenho por útil sem qualquer pedra no sapato. Ao evocar os 35 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vêm-me à memória episódios burlescos do seu lançamento. Eu participei ativamente nessa construção. Mais do que ideológicos os entraves 
começaram por estar no juntar dos diferentes serviços. A um lado reinavam os poderosos serviços médico-sociais (SMS, herdeiros da antiga Caixa de Previdência), no outro sobrevivia a Direção Geral de Saúde (a ostentar a bandeira dos cuidados de saúde primários, recém hasteada em Alma Ata). De dentro dos corredores do governo chegavam à periferia ordens contrárias, impeditivas, umas, proactivas outras.
O liberalismo médico, corporizado na figura dum colega ilustre, bastonário – dou-me muito bem com ele, não me interpretem precipitados -, defendia então outros modelos de inspiração para o sistema, eminentemente centrados no lucro. O ramo farmacêutico, liderado por um interveniente meu conterrâneo, labutador e ousado, mesmo se de espírito social controverso, que praticamente tomou o Estado nas mãos (medicamentos cada vez mais caros, travão aos genéricos, dívidas do ministério às farmácias na ordem dos nove meses de atraso, rígida regulamentação para a abertura de farmácias, formação dum Banco à custa destes retardamentos), arruinava qualquer orçamento.

À medida das nossas possibilidades (e não das seletivas Holanda ou Alemanha, onde os idosos não têm qualquer apoio, regimes musa para a oposição ao SNS), ergueu-se um sistema universal e quase gratuito, a que o tempo conferiu caraterísticas singulares de gigantesco avanço social histórico.
Praticamente todos os nossos governos (não me citem exceções!) tentaram destruí-lo. Tal desiderato só não terá vingado por inteiro porque a generalidade das opções alternativas era bastante mais cara. As taxas moderadoras introduzidas, retiradas e novamente ativadas, tinham, de início, como o próprio nome sugere, uma intenção boa, a de frear o imenso consumismo de consultas advindo das «consultas a metro» dos SMS. Nos dias que correm, em que os consultórios estão às moscas e as consultas hospitalares em queda, essas taxas são um imposto direto.
Poderia ter havido um melhor entrosamento dos setores público e privado e simultaneamente uma separação das águas ao nível da prática profissional (o pleno emprego da classe médica em Portugal, algo bom, era em paralelo um obstáculo, os profissionais não eram suficientes). Esse entrecruzar acabou por fazer-se da maneira mais ínvia e sobretudo no âmbito financeiro. Hoje, mais de 70% do rendimento com exames complementares, subvencionado pelo Estado, vai para a área não pública. Alguns hospitais públicos são administrados pelo setor financeiro/segurador. E o receituário oficial generalizou-se. Mas continua a não haver médicos. E, quando temos à volta de 1,5 enfermeiros para um médico (longe dos 7,5/1 dos países do norte, o desemprego campeia nesta área.
Henrique Pinto

Setembro 2014

CUIDADO COLEGAS MÉDICOS!

Que me perdoem os meus distintos colegas da Associação Portuguesa de Cardiologia Preventiva! Acho bem que se divulgue ao máximo a importância de se comer peixe. É educativo. É um libelo contra o preconceito. Significa avanço intelectual e civilizacional.
Representa também uma lição para os médicos que privilegiam eminentemente a medicação em desfavor desse fator importantíssimo, na prevenção e na cura, que é o ato mais banal de a pessoa se alimentar, se possível qualitativamente bem.
Mas acho muito mal que noutro spot televisivo a Associação incentive o consumo diário de suplementos de Ómega 3, em cápsulas, porquanto é redundante, absolutamente desnecessário e um mau princípio educativo a seguir. Comendo o peixe – e alguns são riquíssimos nesta componente – o problema, se é que existe, fica de todo resolvido.
É por isso que não compreendo esta azáfama publicitária, para mais vinda de cardiologistas… Mesmo sabendo que a Associação fez investimentos substantivos em qualidade no que toca ao seu equipamento clínico. Imagine-se, outros poderiam ainda fazer acrescer a tais conselhos cápsulas/comprimidos em cada dia, de outros tantos «preventivos», como para o colesterol, etc…, igualmente desnecessários se a pessoa comer o que deve comer e fizer exercício físico.
Henrique Pinto

Setembro 2014

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

ANTI-VACCINE MOVEMENT MAY HAVE GLOBAL REPERCUSSIONS

Years before, in the north Europe countries, started a movement that it seemed to be a regression. Women wanted their sons to be born at home. Nothing was wrong with these wishes. It was already possible to do it in the households with the best hygienic conditions.
A few years ago started to generalize the idea that vaccination was no more necessary. It is curious that this movement had begun in the USA where the immunization rates are very poor compared with European ones.
Immunization is not compulsory anywhere fearing exactly the no responsible reasons of someone that can say it has the right to deny. But immunization is a social responsibility. No one can refuse to be an extermination massive weapon. It should be a severe crime. But, as RI Secretary General John Hewko writes in the following text, it is happening too much. It is necessary a strong and convincing campaign to stop it. As a physicien I can not go outside the principle of Evidence Based Medicine. This stupid refusal goes beyhond any evidence need.
Henrique Pinto

«Supporters of the anti-vaccine movement question the safety, efficacy and necessity of the very medicines that have so greatly reduced our children’s risk of catching a host of once-common but potentially very serious infectious diseases, such as mumps, measles and whooping cough.
And then there’s polio, the disabling, sometimes fatal virus that was every American parent’s worst nightmare until effective vaccines were developed in the 1950s — and which still infects children in the developing world.
Some who oppose vaccines are well-meaning parents who have come to believe — wrongly in the view of mainstream medical science — that the medicines are to blame for their own children’s health problems, especially in the case of autism.

What they don’t realize is that refusing vaccinations jeopardizes not only their own children’s health and that of every unvaccinated child in the community, it also undermines a core principle of global health: that vaccines are essential to safeguard all children against disease.
The anti-vaccine movement is quick to publicly criticize anyone it deems to be a shill for the pharmaceutical industry.
Which brings us to “Invisible Threat,” a documentary produced by a group of broadcast journalism students at Carlsbad High School. The film takes an unbiased look at the debate over vaccine safety. It includes interviews with physicians; parents who believe vaccines are linked to autism; and parents who have lost children to vaccine-preventable diseases. After considering both sides and weighing the evidence, the students conclude that vaccines are safe, effective and tremendously important. What slight health risks vaccines may pose are vastly outweighed by the good they do.
A no-strings-attached grant of $60,000 from several San Diego-area Rotary clubs in 2012 funded the project, and the sponsors are proud of the results. Unfortunately, controversy delayed the film’s public release until last month, when it was posted online.
Anti-vaccine groups say the film is propaganda for the vaccine industry. In a press release, one group cited the Rotary grant as evidence. Why? Because Rotary “receives large grants from the Bill & Melinda Gates Foundation, a major investor in vaccines.” In truth, both Rotary and the Gates Foundation are “major investors” in improving children’s health worldwide. Since 2007, Rotary’s collaboration with the Gates Foundation has raised nearly $763 million, funds that Rotary dispenses as grants to the World Health Organization and UNICEF to fight polio worldwide. The oral polio vaccine is the primary weapon.

As the students report, polio — now so close to eradication — is still only the proverbial plane ride away, placing every unvaccinated child at risk. Even kids in Southern California. In 1952, polio paralyzed a record 21,000 Americans, most of them children. Do we really want to relive that nightmare?
Opposition to vaccines is not unfamiliar to Rotary and its partners in the Global Polio Eradication Initiative, which since 1988 has reduced the incidence of polio by more than 99 percent. It is true that misperceptions and rumors about the polio vaccine sometimes cause parents in developing countries to refuse immunization. Such challenges are anticipated and overcome.
In recent months, however, religious extremists with political agendas — most notably in Pakistan and northern Nigeria — have gone far beyond fomenting fear and distrust. They have actually attacked polio vaccination workers, killing dozens. This is reported in “Invisible Threat.”
A concern now is that the noise generated by the anti-vaccine movement here will be heard by the extremists attacking health workers abroad. The last thing needed at this critical juncture of the polio eradication effort is for a violent fear-monger to point to a news headline and tell families, “Look, even American parents fear the vaccines.”
Such a scenario would only further jeopardize the health of children denied access to lifesaving vaccines, while increasing the danger faced by the brave health workers dedicated to protecting them.
It is completely understandable that parents of children with unexplained health problems are desperate for answers. But as “Invisible Threat” reports, the weight of medical science comes down squarely on the side of vaccines.
To quote astrophysicist Neil deGrasse Tyson, “The good thing about science is that it’s true whether or not you believe in it.”».
John Hewko




sábado, 6 de setembro de 2014

A JUSTIÇA E AS CURVAS

O mero dizer-se «a justiça funcionou» soa-me a algo absolutamente bizarro. Na verdade nem todas as equipas judiciais têm a mesma competência, independência e vontade que a deste processo das sucatas, materiais e políticas. Já o da pedofilia deu ares de ter terminado igualmente bem. E parece ser tradição o arrastarem-se os processos. É um bocado próprio da arte, se bem que evitável, tal e qual a «letra de médico». Todavia, ninguém pode ignorar a má qualidade das leis, a inadequação dos tribunais, o alongar dos processos que sobra da morosidade dos agentes. Mesmo se a ministra presente prometeu rever o assunto. No momento da verdade prevaleceu a urgência duma inenarrável reorganização das comarcas, mero estratagema com cheiro a cortes na massa, de suposta ineficácia, mesmo quanto a este propósito comezinho. Acontecerá poupança semelhante à da redução dos elencos governamentais, não duvido.

Mesmo assim, os processos a que aludo levaram, respetivamente, cinco anos (primeira instância) e dez (com o esgotar dos recursos). Se prevaleceu «a culpa não morrer solteira», contrariando o hábito, a infinidade de curvas não minora.
Leiria, 6 de Setembro 2014 
Henrique Pinto