domingo, 14 de novembro de 2010

PROTAGONISTAS DO MUNDO

O presidente John Fitzgerald Kennedy foi assassinado há quase 47 anos. Fossem os núcleos anticastristas de Little Havana, em Miami, fosse a então poderosa Máfia e os seus sindicatos, fossem mesmo os Falcões das forças armadas ou da CIA, ou tenha sido a conjugação de mais que um destes interesses instalados a ordenarem o atentado de Dallas, o mistério permanece.
Nem tudo foram boas aventuranças no curto «reinado» Kennedy. Venceu as eleições com a menor margem de votos na história americana. Não fora sair-se bem no último dos debates televisivos com um Richard Nixon demasiado confiante e apático e, quem sabe, o destino poderia ter sido outro. Para o bem e para o mal os EUA têm o poder mais distribuído que um país tão pequeno como o nosso e metade
dos da Europa. O presidente tem as suas baias naturais. Impõe-se-lhe fazer lóbi democrático, para as
superar, sempre que o caminho das suas opções políticas encontra escolhos igualmente naturais. Mas o halo de esperança que perpassou no mundo, mesmo em ditaduras com débil informação pública como as que se viviam então pela Ibéria, só se assemelha na história ao gerado na campanha ulterior de Barack Obama. Senti a mudança Obama porque eu próprio estava, de início, convictamente, com a senhora Hillary Clinton. A leitura dos seus livros e outros escritos do actual presidente tocou-me como nunca e fez-me mudar de opinião.
Barack perdeu agora as eleições intermédias para o partido opositor, como aconteceu a quase todos os presidentes nos últimos 102 anos (excepto a dois, e em contextos excepcionais). Mas também perdeu pela margem mínima.
Quando no Palácio de Potsdam, imperava ainda Honneker naquelas bandas, pude ver que um jovem jornalista americano, JFK, pudera seguir da tribuna a Conferência realizada em 1945, que ostenta o nome da cidade – entre Estaline, Churchil e Truman -, aquela que orientou o imediato pós guerra, fiquei
emocionadíssimo. Ao saber da presença dum jovem senador americano no norte do Darfur, no período mais agressivo, contundente, das milícias governamentais, mais admirei os homens de causas que se antecipam ao mundo para se inteirarem do sofrimento alheio e minorá-lo.
Vou dizer-vos com convicção o que sinto agora. Poderá parecer presunção, «mania das grandezas», estratégia, sei lá, mas, seguramente, não é por qualquer destas «supostas» motivações. À nossa escala só comparo estes dois presidentes americanos, enquanto candidatos, a quem, conhecedor e protagonista do mundo, minguados os recursos financeiros para melhor transmitir a mensagem, porque independente, corre para Belém imbuído por convicções, num imperativo de consciência e cônscio da sua enorme mais-valia pessoal para Portugal, Fernando Nobre.
Henrique Pinto
Novembro 2010
FOTOS: JFK, Jaqueline e filhos; JFK discursando como presidente; JFK e esposa numa recepção na Casa Branca; Barack Obama; JFK herói da Navy na segunda Grande Guerra; o clã Kennedy; Henrique Pinto, em Leiria, discursando como mandatário de Fernando Nobre (foto Dion); Outras das minhas luzes

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