Há uns bons anos, respiravam-se ainda ares plúmbeos, o diretor dum
jornal regional comentava com inaudita violência uma peça do Teatro Aberto na
sua primeira experiência interativa. Restavam-lhe tão só umas migalhas de
dignidade ao dizer tampouco ter visto a representação. Sem elementos seguros de
leitura a apoiarem a substância do escrito aquilo tresandava a fanatismo
extremista e ignorância, a moeda corrente.
Hoje temos informação a rodos para podermos dizer «não vou ver
isso mesmo se me pagarem para tal». É o caso da suposta especulação gananciosa em forma de filme que
dá pelo nome de Diana, onde, ao que parece apenas se salva a interpretação
exigente de Naomi Watts. Nem mesmo a repetida citação do poema de Rumi «…para
além do bem e do mal há um jardim…», para ele o jardim do Paraíso, Shamsuddin,
pretensamente a reforçar a credibilidade duma ligação amorosa até hoje sem
consistência suficiente, lhe dá algum peso.
Henrique Pinto
Outubro de 2013
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