Afinal fé e esperança são
conceitos mais práticos que o imaginado. Não fossem eles e até poderia supor-se,
como Jerónimo costumava alvitrar, isto é tudo «farinha do mesmo saco. Tenho
confiança em António Costa – eu, marinheiro a navegar em águas não partidárias
-, dentro das contingências europeias, e como o governo de Itália, está a
resolver de supetão esta desgraçada mentira dos bancos. Até que ponto iria o
rol de argumentos do constructo neoliberal a tal respeito se a maioria política
fosse hoje outra? Como é possível haver tanta gente inteligente, vivendo a latere deste extremismo capitalista, a
acreditar num breviário que deitou às malvas a social-democracia genuína?
Não se enterra de todo o
machado do «fostes vós quem o fez…» tão ao jeito da nossa idiossincrasia
política, uma propensão fatal para fugir às suas próprias debilidades, como o foi
bater no líder do 18º governo já fora do tempo. Porque esse tropismo tão do
género a borboleta e a luz, fará parte do ADN da má política, como diz o
pessoal da bola. E é extensível, como metástases, a toda a administração da
sociedade, da modesta coletividade desportiva à mais requintada instituição
cultural. Do «viver acima das possibilidades» e o «gastaram tudo» ao «só deixaram dívidas…», é um passinho de
tartaruga. Mesmo quando há Obra feita e dívidas só mesmo as do coração.
Quando a tão infeliz
tradição se junta o fator humano, a desfaçatez e o mau caráter, os resultados
podem ser os mais injustos e cruéis.
Henrique Pinto
Dezembro 2015
Forte de São João do Estoril, residência oficial de Salazar
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