A primeira vez que Jean-Claude Pelletier leu Benno von Archimboldi foi no Natal de 1980, em Paris, onde fazia estudos universitários de Literatura Alemã, quando tinha dezanove anos. O livro em questão era D’Arsonval. O jovem Pelletier desconhecia, naquela altura, que aquele romance fazia parte de uma trilogia (composta por O Jardim, de tema inglês, A Máscara de Couro, de tema polaco, bem como D’Arsonval, que era, evidentemente, de tema francês), mas aquele desconhecimento ou aquele vazio ou aquele desleixo bibliográfico, que só podia ser atribuído à sua juventude extrema, não fez diminuir nem um pouco o deslumbramento e a admiração que o romance lhe causou. (…)
Nota: este é o primeiro parágrafo do livro de Roberto Bolaño, imenso em todas as dimensões, «a vida inteira dentro destas páginas ardentes» como se lhe referiu The Independent, porventura o maior fenómeno literário da última década.
Henrique Pinto
Fevereiro 2010
FOTO: capa do livro 2666 de Roberto Bolaño, edição Quetzal, Lisboa, 2009
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