Em várias ocasiões pude apreciar a direcção de orquestra de Sir John Eliot Gardiner, um nome consagrado, porventura o mais versátil dos maestros da actualidade. À centenária Orquestra Sinfónica de Londres, uma das cinco melhores do mundo, tive o privilégio de assistir por duas vezes, mesmo no Barbican Centre, numa delas com direcção de Daniel Harting.
Maria João Pires é a artista portuguesa mais famosa no mundo. A sua genialidade contrasta com o grau de despeito a que tem sido votada em Portugal. Se é verdade que todos os génios têm um pouco de saudável loucura, inventiva e mobilizadora, compreende-se mal que as autoridades do país a tenham empurrado para a descrença. Mesmo se Belgais não teve uma gestão primorosa, que país não se sentiria enlevado com tão belo propósito, impedindo as dificuldades ou alimentando as possibilidades.
Houve agora a oportunidade de ouvir em Lisboa a OSL dirigida por Sir Eliot Gardiner, com, entre outras prestações, Maria João Pires como solista no Concerto para Piano e Orquestra Nº 2 em si bemol maior. Será com toda a certeza um dos momentos musicais da minha vida de maior significado.
Henrique Pinto
Fevereiro 2010
FOTOS: maestro Sir John Eliot Gardiner; compositor Ludwig van Beethoven; pianista Maria João Pires; London Symphony Orchestra
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