O mundo inteiro vem acompanhando o estado de miséria e fome a que estão submetidos o povo haitiano, numa mera perspectiva de melhores dias, face à absoluta falta de uma infraestrutura suficiente para levá-lo a ter dignidade humana e cidadania, valores maiores e intrínsecos de um povo. O sofrimento daquele país, o mais pobre das Américas, vem sensibilizando o mundo, países do primeiro mundo, emergentes, sociedade organizada e voluntários, para prestar-lhe solidariedade humana e ajuda financeira para reconstrução do Haiti. Nesse momento, oportuna uma reflexão sobre a fome e pobreza no mundo. Recentes pesquisas realizadas pela ONU – Organização das Nações Unidas – apontaram as diversas faces da pobreza no mundo, mercê de deploráveis indicadores sociais. Consoante relatório da ONU, 25 milhões de seres humanos caem, anualmente, para baixo do nível de pobreza e 1 bilhão e 300 milhões de pessoas vivem, com menos de 1 dólar/dia. Para cientistas políticos da ONU, “A grande verdade lastimável e comprovada, é que a “brecha”entre ricos e pobres segue, ampliando cada vez mais as desigualdades sociais”. Para dom Hélder Câmara, “A pobreza é a maior negação de um direito humano, pois fere, frontalmente, o valor da pessoa humana – sua dignidade”. Segundo estudos da ONU, o dinheiro necessário para superação da pobreza existe, e seria em torno de US$ 40 bilhões, ao ano, por uma década, ressaltando-se como “banal”, se comparada com a riqueza global e os gastos em artefactos de guerra. Qual a realidade brasileira nesse contexto de fome e pobreza? Segundo estatísticas da Fundação Getúlio Vargas, os indicadores dessa desigualdade social somam 56,9 milhões de pobres, sendo 24,7 milhões de brasileiros em extrema pobreza. Mais de 13 milhões de pessoas vivem nas favelas brasileiras, situadas nos grandes centros urbanos, uma chaga vergonhosa, onde a pobreza, desesperança, crime, drogas, analfabetismo e doenças endémicas fazem pessoas difíceis de serem alcançadas pelos programas sociais e humanitários dos seus governantes. Para a sanitarista, médica, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança – Dra. Zilda Arns, recentemente falecida no Haiti “O combate à fome e miséria, no Brasil, passa pela criação de programas sociais consistentes, contínuos, sem a conotação de uma mera transferência de renda, sem tocar nas estruturas que promovem e asseguram a desigualdade social. E mais: as políticas sociais do governo só teriam êxito consolidado se combinassem políticas de transferência de renda e mudanças estruturantes, acções de emergência e educativas, como qualificação profissional”. Só nos resta uma pergunta: quando os governantes e sociedade globalizada se aglutinarão para erradicação da pobreza e fome no mundo?
João Gonçalves Filho (Bosco)
Academia Limoeirense de Letras (Brasil)
In Jornal O Estado de 28 de Janeiro 2010
Colaboração de Cidinha
FOTOS: Favela Santa Marta, Rio de Janeiro, Brasil ; Favela Santa Marta ; Crianças na Índia; Crianças na Índia;;Favela Cidade de Deus Rio de Janeiro, Brasil; Favela Cidade de Deus, Rio de Janeiro, Brasil ; Favela Cidade de Deus ; Favela Cidade de Deus; Favela Cidade de DeusFavela Babilónia, Rio de Janeiro, Brasil.
NOTA: Fotografias de Spencer Platt/Getty
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