A Triagem de Manchester, que desde há dez anos se vulgarizou nas nossas urgências hospitalares para domar a fera corporizada no boom da afluência às urgências, tem as suas ineficiências, a começar no número de horas de espera superior ao previsto e nos erros de avaliação, feita em regra por um profissional não médico.
O Dr. Caldeira Fradique, ex-director do Serviço de Urgência do Hospital São José em Lisboa, diz-nos da experiência que promoveu naquela instituição com um sistema de triagem de doentes original baseado numa avaliação clínica sumária, à chegada ao serviço, precedendo qualquer acto administrativo, de que resultou o retirar do balcão geral 42% dos doentes e, assim, encurtar em várias horas o tempo de atendimento para todos.
Aplaudo vivamente os resultados logrados pelo meu colega. Mas julgo que tal não lhe permite concluir que a inoperância das urgências seja maior nos países de regimes de saúde ditos beveridgianos (e lá vêm as conexões ao Estado Providência!) que nos de Seguro Social Obrigatório à maneira Bismarkiana.
Henrique Pinto
Janeiro 2012
FOTO: Caldeira Fradique
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