Ontem à tarde participei
em Pombal, a convite da minha colega Dra. Isabel Gonçalves, na Caminhada
evocativa do Dia Mundial do Doente de Alzheimer. A Câmara fez-se representar
muito bem. O meu amigo deputado Pedro Pimpão levou a família toda, bebé
incluído. Muitos repórteres jornalísticos e de imagem e umas centenas de
cidadãos caminharam pelo belíssimo passeio pedonal e ciclovia ao longo do Rio Arunca.
No domingo de manhã, na
Marginal entre Caxias e Oeiras, tive o privilégio de participar com minha filha
na Caminhada Alzheimer Portugal, liderada pelo Eng. Carneiro Silva e Dra.
Fernanda Carrapatoso. Mas até na Alameda do Mar, na Ilha do Pico, se celebrou a
efeméride. Celebração que a meu ver tem o interesse mor na chamada de atenção
para o quadro cruel desta doença em Portugal.
Tanto a Saúde Mental,
enquanto disciplina e prática, como os cuidados à Demência extrema, de que a
Doença de Alzheimer é paradigma, não merecem qualquer atenção do Estado, digna
ou menos digna. É bem possível que daqui a uns anos haja tratamento para ela.
Os últimos estudos ligam-na à reprodução anormal duma proteína, como aliás a
Doença de Parkinson, entre outras doenças. Mas estou convencido que quando
chegarmos a esse patamar terapêutico, nem a prevenção oficial atingimos.
Praticamente só a
Associação Alzheimer de Portugal tem um centro de internamento, a Casa do
Alecrim no concelho de Cascais. Há alguns Centros de Dia… O restante
atendimento, para as famílias que já esgotaram a capacidade para atender a um
doente com estas caraterísticas, está no setor privado (o mínimo custo mensal
anda pelos 2500 Euros). É um maná já bem controlado pelo investimento estrangeiro
em Portugal.
Bom, muito mais se poderia
dizer. Fica para outra ocasião. A nossa gente não lê textos com mais de 20
linhas. Quem governa nem os lê mesmo com menos. Mas que um dos caminhos da
evolução das Unidades de Saúde Familiares devia passar por aqui, sobretudo na prevenção e nas fases mais precoces, não me sobram
dúvidas.
Setembro 2015
Henrique Pinto
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