É uma coincidência
estranha. Mas o Dia 11 de Setembro evoca não uma mas duas efemérides bem
tristes para muita gente.
O golpe de Estado militar,
de extrema direita, no Chile, pondo fim a um regime democrático num país pobre,
causou dezenas de milhar de mortos, de outros tantos mutilados, e ainda de
muito mais refugiados políticos, a maioria dos quais chegou à Europa. Só se equipara
a este êxodo a fuga massiva de centenas de milhares de chilenos com destino à corrida
ao ouro na Califórnia, EUA, no século XIX. Foi o tempo dos cowboys europeus e hispânicos.
O ataque terrorista às
Torres Gémeas nos EUA foi devastador. Para o mundo graças à violência desmedida
e a tanto sofrimento. O povo americano teve razões acrescidas para o luto
doloroso e a depressão causada. Inusitadamente a insegurança tornou-se
epidémica.
O número de vítimas das
Twin Towers só foi superior ao do Chile por via dos efeitos indiretos. A invasão
do Iraque como medida retaliatória ( e o que se lhe seguiu) está inequivocamente
a montante da presente vaga de refugiados para a Europa e Austrália, fugidos à
guerra virulenta alimentada pelo ISIS.
Entre o primeiro e o
segundo caso (e respetiva sequela) há apenas uma pequena diferença. A
globalização dos media entretanto ocorrida permite-nos hoje saber quase tudo o
que ocorre no mundo.
Henrique Pinto
Setembro 2015
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