Rui Vitória
A revolução do
conhecimento médico dos últimos trinta anos e do seu entrosamento social e
económico é absolutamente extraordinária. O impacto na fatura alimentar é
relevantíssimo. O fato de o Prémio Nobel da Economia deste ano ter sido
atribuído a um investigador preocupado com o Consumo, Pobreza e Bem estar
(título do último livro de Angus Deaton) é a tal respeito bem significativo.
Temos a um tempo a
generalização do fenómeno da inflamação a situações até há pouco impensáveis,
como a obesidade – e a sua relação com a doença cardíaca, a diabetes e a
hipertensão, por exemplo -, ou aos mecanismos da depressão. Daí a recomendação
médica para a alimentação incidir, num e noutro caso, no reforço da dieta em
matéria anti-inflamatória como os ácidos gordos ómega 3 e a generalidade dos
antioxidantes, designadamente as vitaminas da dieta alimentar.
Angus Deaton
Alguém disse das
transmissões nervosas, com toda a propriedade, assistir-se paulatinamente à
materialização do espírito. Veja-se a doença de Alzheimer e a de Parkinson
associadas à falta ou ao defeito estrutural de proteínas diferentes.
Um fenómeno tão diverso
como o sucedido, entre outros, com o futebolista húngaro do Benfica Miklós Fehér, falecido num ápice
em pleno campo, conhecido pelo nome imediatíssimo de síndroma da morte súbita –
vi-o em crianças na urgência, um sofrimento horrível para as famílias e
profissionais -, tem afinal uma origem muito semelhante.
Ao olharmos Rui Vitória, o atual treinador do futebol deste mesmo clube,
custará a entender como alguém tão ligado à atividade desportiva e uma figura
pública, passível de ser tomada por exemplo, não cuida minimamente da forma
física. A sua obesidade excessiva associada a ventre tenso e dilatado, indiciam
sofrimento do tubo digestivo perfeitamente regulável através da ingestão dum
mero chá de linhaça, de frutos secos e água, inseridos numa dieta saudável
menos calórica.
Ao evocarmos as doenças reumáticas logo nos ocorre tratar-se de doença
dos velhos com dores nas articulações. Todavia, a grande maioria deste conjunto
de cerca de cem doenças ocorre em crianças, jovens e adultos, sobretudo as
mulheres. Gastam-se toneladas de medicamentos para a inflamação e litros de
cálcio, e, quantas vezes, minimiza-se a importância da alimentação saudável. Os
ácidos gordos ómega 3 e 9, protetores do sistema vascular mas também
anti-inflamatórios, presentes na sardinha, atum, salmão, bacalhau, azeite,
linhaça, frutos secos, leite, carne e ovos, são uma necessidade absoluta.
Estamos num período
histórico de mercado sem fronteiras e dum certo laxismo das autoridades no
respeitante à tolerância em relação a consumos alimentares deturpados e a
alimentos e medicamentos não recomendáveis. A boa como a má qualidade do consumo alimentar, avaliada desde os
patamares da mico à macroeconomia, marcam o perfil do país.
Henrique Pinto, Professor Doutor
Médico graduado em
Nutrição Clínica
In Diário de Leiria 24/11/15
Henrique Pinto e Andreia Pinto
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