António Costa no Mercado de Santana, Leiria
Vivemos sob a égide do
signo Virgem. A frase «é a primeira vez» anda por aí. Pois é mesmo a única
singularidade neste processo eleitoral. De resto todo o clima é contido dentro
das baias constitucionais e da legitimidade. E para problemas novos há soluções
novas. A vozearia de prós e contras, igualmente legítima, mostra mais de
iliteracia política, e daí a intolerância democrática, que de razão. Restam as
considerações de caráter, mais perigosas, ou a divagação sobre as motivações.
Dirão uns, «pura ambição política» de António Costa. A existir, será ilegítima
desde que enquadrada no instituto democrático? Conheço o mesmo vai para muitos
anos e sempre o tive por um homem bom, competente e plural impulsionado pelo
Servir e pelo querer fazer. Todavia, como catalogar a política de Passos
Coelho, toda ela plasmada no livrinho escrito por ele antes de se lançar para o
governo? Podia ter seguido uma via social-democrata tradicional mas quis a
solução neoliberal, o maior dos males da sociedade contemporânea como prega
Francisco. Conheço Passos há muitos anos. Fiz com ele um debate a convite do
PSD. Também não o tenho por interesseiro material. No entanto, a sua motivação
era francamente o desígnio do poder liberal.
Henrique Pinto
Novembro 2015
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