sexta-feira, 4 de junho de 2010

DESVARIO DOS PODERES

Em nada valido o hostilizar de blogues e redes sociais. Felizmente são espaço livre de opinião, representam um amplo leque da sociedade. Mas opinião não é insulto anónimo. E vê-se cada uma!
O filme Portugal Energy for the World lida com o melhor do país nas tecnologias e na arte. É
belíssimo, honesto e escorreito. Destina-se à representação lusa na Expo Xangai. Um nome de instrução bastante para não asneirar comentou-o num «vamos a ver se os chineses acreditam, nós não».
Não é sarcasmo. O «pai tirano» multissecular, qual Síndroma de Estocolmo, inserido na memória histórica de todos e cada um, fez dos sul europeus e em particular dos portugueses, seres descrentes das instituições. Nem as têm por suas.

Em todas as épocas se denegriu o presente e fez panegírico do passado.
Quem esteja atento aos noticiários Europeus não generalistas confronta-se com um quadro económico e social semelhante em toda a Europa. A chanceler Angela Merkel perdeu as eleições estaduais da Renania Westfalia por via do empréstimo contraído pelo seu governo no imperioso acudir à Grécia. Ministros dos eternos rivais nos 27 insultaram-se em jantares oficiais.
Portugal não tem as reservas de produção ou financeiras dos grandes e tudo vira mais difícil neste contexto de sobrevivência da Europa Social. Ainda assim as medidas difíceis têm sido anunciadas a conta-gotas por gerarem feridas mais sanguíneas a uma mole imensa de cidadãos.
A democracia mostra quão premente é adequar os seus institutos sensíveis, a começar no do voto, para credibilizar o poder junto dos cidadãos e assegurar coesão. Viu-se, tempo, dinheiro e parlamentares a rodos, distantes e sem controlo do eleitor, não mudam princípios atávicos.
Mandei às urtigas o meu trabalho/paixão no país, rumei longe. Tendo dos melhores serviços públicos de saúde, governos e oposições minaram-no sem dó. Hoje o mundo segue a direcção antes nossa.
Com a saúde pública em alta alguns fizeram dela poder, colaram-lhe o Estado (delegações de saúde, por exemplo), atribuíram-lhe o exclusivo das chefias. Um bom leque de simpatizantes na área era «mais poder». O resultado, ao invés do «lá fora», só podia ser a extinção. A UNESCO dá-nos 65% de iliteracia funcional. O desvario dos poderes agrava-a.
Henrique Pinto
Junho 2010
In Região de Leiria
FOTOS: Expo Xangai 2010: Pavilhões da Áustria, Espanha e Emiratos Árabes; a Chanceler Angela Merkel a banhos em Itália; com tempo e dinheiro...: Parlamento de Portugal; Henrique Pinto; a Europa dos 27.

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