Raras vezes um recital nos entusiasma tanto.
Nuno Vieira de Almeida é um pianista de altíssimo nível, já o tivemos em Leiria mais vezes, a última com
Liliane Bizineche.
Ana Maria Pinto é uma jovem cantora, soprano, mestranda em Berlim como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. A sua voz é belíssima, sublime, e as interpretações são ainda mais expressivas. O seu fácies conta as mais belas histórias de amor ou angústia, nuns olhos largos, luminosos, de expressões singulares. À
Yvette Centeno, que leu os poemas, lembro-me dela desde sempre, li-a em tantos momentos de deliciosa intimidade espiritual, e tão intensa é a sua relação com a ópera, o
lied e o
jazz.
Evolução/contrastes, recital comentado no Teatro Miguel Franco, incluído no
Festival Música em Leiria, com as belas partituras de Schubert, Wolf, Debussy e Berio e os poemas de Goethe, Verlaine, Mörike e trechos populares, patrocinado por
AKI e
Hiperclima, foi mais que o despertar dum sonho, êxtase puro.
Eis transcrito um dos belos poemas populares para a música de
Luciano Berio:
Dança
«O amor desencaminha o mais prudente,
E aquele que mais ama menos senso tem
E o mais louco é aquele que mais ama.
O amor é indiferente ao mal que causa.
Os seus dardos provocam tal febre
Que nem mesmo o frio pode arrefecê-la.»
Henrique Pinto
Junho 2010
FOTOS: a cantora
Ana Maria Pinto;
Yvette Centeno,
Nuno Vieira de Almeida,
Ana Maria Pinto,
Mafalda Silva (gerente da IKEA em Leiria) e
Raúl Castro, presidente da Câmara de Leiria, num momento de convívio após o recital;
Henrique Pinto e o amigo de há muito, compositor
Alexandre Delgado (neto do General Sem Medo,
Humberto Delgado), após o concerto em Leiria da Orquestra Gulkbenkian; o pianista
Nuno Vieira de Almeida.
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