Leiria é uma centralidade no concernente a empreendedores, negócios empresariais, cultura e juventude. Falta-lhe em absoluto o que ao concelho da Batalha sobra, o turismo interno e externo. Há dias em conversa com um ilustríssimo autarca, do melhor que o país comporta, avaliou-se da factibilidade para alterar radicalmente este quadro. É viável.
Se recuarmos um pouco ver-se-á, iniciativas consistentes nunca faltaram. Quando Rui Filinto, individualidade proactiva por excelência, liderava o NERLEI, fez-se a última proposta credível. Assentava no estudo de boa empresa. Esbarrou na inépcia da Região de Turismo e da autarquia e no boicote de duas ou três entidades, temerosas de lhes escapar o maná do turismo religioso – e imaginar-se que anos depois o próprio governo se iria esquecer desta categoria -, e da concorrência nas empresas de viagens. E no entanto a cidade tem um castelo único, ambiente natural, mar, gastronomia excelente, património edificado, histórico ou empresarial, a cultura em geral e a música a ganharem um perfil singular, dados facilitadores relevantes.
Tomam-se por respeitáveis os interesses instalados. Se as camionetas de turismo se desviam da cidade rumo a Fátima, e, cumprido esse destino, seguem a Serra dos Candeeiros para o almoço de farta brutos ou descem São Mamede até à Batalha, alguém fica a perder ou a ganhar com um tal roteiro.
Não é menos lícito dizer-se, bastantes outros poderiam lucrar mais promovendo a cidade de Leiria e a estadia turística em qualquer local da região. A começar pelos que hoje tiram rendimento dos roteiros existentes. A articulação plena entre o que é do Estado e os interesses privados e a de todos entre si, mimética do exemplo de Baleares e ilhas gregas, teria assim melhores resultados, em Leiria como nos concelhos vizinhos.
A autarquia mais endividada do país (estatísticas oficiais de 2008), terá energia anímica para se habilitar a tal? Sendo um homem habituado a lidar com o investimento, por ofício, o presidente de Leiria sabe melhor que ninguém como se pode fazer muito com muito pouco.
É necessário alento e carisma, sobrantes, para negociar uma joint venture específica para o turismo. Deverá incluir um ou dois parceiros estratégicos – o Grupo Lena, cito-o apenas a título de exemplo, tem
hotéis, agência de viagens, imprensa, restaurantes e termas, características assaz importantes quando
juntas, mas muitos mais hipóteses existem e a conjugação de variáveis é passível de alargar o espectro -, a cultura da região (institucional, académica, empresarial, etc.) e as autarquias com o seu vasto património.
Mais de década e meia volvida sobre o estudo da associação empresarial a ideia está em pousio.
Os campos continuam minados pelos efluentes pecuários, não se avança um palmo a chamar à região as verbas em tempos afectas ao obstar deste mau cartaz. As candidaturas ao QREN direccionadas para reabilitar a zona histórica ou parte dela não avançam.
Henrique Pinto
Junho 2010
FOTOS: Alcáçova do Castelo de Leiria; Raúl Castro, actual presidente da câmara de Leiria; Isabel Damasceno, anterior presidente da câmara de Leiria; São Pedro de Moel; Castelo de Porto de Mós; Castelo de Leiria; Arte Chávega, pesca artesanal, na Praia do Pedrógão, Leiria; uma das muitas formas dos pinheiros do Pinhal de Leiria; Basílica da Santíssima Trindade, Fátima
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