segunda-feira, 5 de julho de 2010

NÃO HÁ UM FATALISMO LUSITANO


Sexta-feira, 2 de Julho, Fernando Nobre visita Coimbra. Ufano com as mais de 15 mil assinaturas já recolhidas (apenas se precisa de metade mas todo o cuidado não é excessivo), o candidato da cidadania, do imperativo moral, mostrou-se preocupado com o futuro de Portugal, da «nossa Nação»,
uma «das nações que marcaram o mundo», a atravessar «momentos muito difíceis». «Mas já atravessámos períodos semelhantes ou piores». «Sempre se encontraram líderes capazes» de alcandorar o país a melhores dias.
São palavras ditas no jantar com o núcleo de Coimbra da sua candidatura, no Hotel D. Inês. Todas as grandes realizações que eu ali fiz, ao mais cimeiro dos níveis, tiveram repercussões positivas. É um estímulo quase talismã. Acompanhei-o como amigo e mandatário distrital por Leiria a pensar nesta coincidência desejável. E, «viciado» na escrita, transcrevi uma parte do seu discurso.
«É uma encruzilhada delicada a solicitar soluções de amplo consenso. É uma situação complexa porque o contexto político é instável. Mas temos factores de diferença para não perdermos a cidadania que nos resta, ou ficarmos um protectorado da União Europeia ou da Alemanha».
É necessário operar «um Plano Estratégico de Longo Prazo (a envolver partidos políticos, cidadãos, académicos, associações, etc.)». «Precisa-se acção. Só com retórica não vamos lá! Desemprego descontrolado, justiça pouco célere, educação medíocre, falta de competitividade, desrespeito por compromissos, dependência energética, pauperismo na agricultura e nas pescas» são factores passíveis de controlo.
«Não venho para vender banha da cobra nem iludir o nosso povo. Chegou o momento de dizer basta, com verdade e frontalidade». «A hérnia estrangulada necessita ser operada». Impõe-se «corte nas despesas públicas, nos Institutos inúteis, nos vencimentos dos gestores», a penalização das associações público/privado que tenham prejudicado o Estado, racionalização dos meios na administração pública, descriminação positiva do IVA e IRS, congelamento dos mega projectos, apoio às PME, reabilitação dos centros históricos…».
Neste Plano Estratégico de Médio e Longo Prazo «estão os Nossos Desígnios para Portugal, as Nossas Causas Nacionais, a sustentabilidade da paz social e da nossa democracia».
O presidente da república «tem uma palavra a dizer nos Desígnios e Causas Nacionais porque não é um corta fitas, tem de dar o seu contributo».
O Plano Estratégico de Médio e Longo Prazo «tem de dar resposta à segurança social (distribuição
equitativa por regiões e cidadãos), à educação de qualidade, rigor e excelência, à classe média
depauperada, com uma economia atenta às necessidades das populações, aos direitos e deveres dos trabalhadores, a uma administração pública isenta e apartidária, baseada no mérito, a uma segurança interna capaz, à auto-suficiência energética e à preservação do ambiente…».
Esta é a sua poesia.
Henrique Pinto
Julho 2010
FOTOS: Henrique Pinto e Fernando Nobre em Coimbra; Mesa do jantar em Coimbra, vendo-se Lucas dos Santos, João Lopes, Henrique Pinto, Fernando Nobre, Alfredo Pinheiro Marques e Manuel Cruz; desenho de Manuel Alegre; Manuel de Arriaga, primeiro presidente da República, em família; Henrique Pinto e Fernando Nobre, com jovens líderes da Associação Académica de Coimbra em primeiro plano; Fernando Nobre; a mesa da Evy; obra de Vitor Costa (cartaz da exposição recente).

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