É sempre um deleite observar a excelente representação artística, como acontece hoje nos ecrãs portugueses com Julia Roberts e Bem Affleck, ou, no passado, com Warren Beaty, Faye Dunaway e Steve McQueen, por exemplo.
O mais recente filme de Julia Roberts baseia-se no livro «Eat, pray, love», de Elizabeth Gilbert, que suscitou a sanção de Oprah Winfray e que, segundo A Única, «socorreu milhões de mulheres de casamentos que já tinham chegado a um beco sem saída». Julia diz nesta revista o que mais a atraiu no filme, «o facto de a protagonista revelar uma enorme alegria só por poder visitar sítios novos, pessoas novas, e de guardar essas experiências com uma reverência muito especial».
Claro que é possível fazer essa mesma leitura no filme de Ryan Murphy, produzido por Brad Pitt. Todavia, é uma obra demasiado longa, de ritmo bem ronceiro e à procura de tudo o que é exótico, desde a beleza de Manhattan, de Roma, Nápoles, Nova Dheli ou Bali, o ioga, a música brasileira ou Espanha (através do actor Javier Bardem), numa caldeirada da Nazaré, belíssima pelos peixes e confecção, mas com pouco sal.
Quem se pode recordar dos filmes Bonnie and Clyde, de Arthur Penn, recentemente falecido, estrelado por Warren Beatty e Faye Dunaway, ou de Thomas Crown Affair, de Norman Jewison, 1968, com a mesma actriz e o malogrado Steve McQueen, e da sedução que imprimiram aquando da sua estreia? Pois Ben Affeck, agora no papel de realizador ( depois de Gone, Baby, Gone), actor principal e produtor, apresenta-nos The Town (A cidade), com imensas semelhanças de argumento em relação a qualquer daqueles filmes, quase parecendo uma remake do segundo. É um registo agradável pela qualidade representativa e ritmo, mas longe da exaustão construtiva e simbólica de qualquer dos precedentes, sobretudo do primeiro.
Em todo o caso gostei de ver qualquer das películas agora em exibição.
Henrique Pinto
Outubro 2010
FOTOS: A actriz Julia Roberts; o actor/realizador Ben Affleck; anúncio do filme The Thomas Crown Affair, de Norman Jewison, 1968; Cena do filme Bonnie and Clyde, de Arthur Penn.
O MELHOR DO ‘ORFISMO’ ESTà DE VOLTA CHEIO DE CORES OPTIMISTAS E
QUESTÕES SEM RESPOSTA
-
Numa antestreia de 1913 do Salão de Outono em Paris, onde o Orfismo era
apontado como a coisa quente na pintura, o New York Times escreveu: “As
pessoas ...
Há 5 horas
Sem comentários:
Enviar um comentário