O meu bom amigo e companheiro em Rotary, Álvaro Gomes,
membro do Rotary Club de Ovar, foi agora distinguido pelo Board de Rotary
International, com uma das mais categorizadas condecorações em face do seu
intenso labor no fundraising mundial para a erradicação da poliomielite. Esta
saga está à beira do fim. Todavia, é graças ao esforço dedicado de pessoas como
Álvaro Gomes que tem sido possível cobrir financeiramente os orçamentos anuais
que facilitem também a ação dos restantes parceiros, designadamente a OMS,
organismo das Nações Unidas.
Esta ação é tanto mais importante quanto o alerta recente da
OMS junto dos seus Estados membros quanto à exportação de casos de doença a
partir da Síria e do Afeganistão para dez outros países – a OMS tinha de
informar os Estados, mesmo se isso implicasse algum alarmismo -, tem provocado
as reações mais desencontradas por parte da opinião pública mundial. Sobretudo,
tem imprimido grande desânimo nas hostes rotárias.
No entanto, não há razão para tal estado de alma. Todos
sabemos que, cumprido o plano de financiamento previsto, a doença será
suprimida do planeta o mais tardar até dezembro de 2018. Temos assim de
prosseguir no esforço dentro e fora do movimento (nomeadamente junto dos governos e corporações) para cumprir este desiderato.
Por outro lado, se bem que preocupante esta passagem de
fronteiras, os casos de doença importados são incomensuravelmente mais fáceis
de tratar que os endémicos.
Todos sabemos ainda que circulam na internet milhares de
falsas notícias e artigos infundados sobre esta e outras calamidades mundiais, autênticas
cabalas difíceis de combater. Insistem sobre a SIDA, por exemplo, atribuindo-se
a causa desta e doutras enfermidades, quer à ação de bruxarias ou de pessoas
mal intencionadas – o antigo presidente da África do Sul, Mbecki, prestou um
mau serviço ao seu país e ao mundo acreditando em tal -,ou à guerra biológica,
decorrente, para não variar, da atividade da CIA ou de países ou grupos terroristas.
Obviamente que um tal fenómeno, a ser verdadeiro, provocaria
sempre milhares de mortes e não umas tantas dezenas de afetados. Robert Scott, coordenador
mundial da luta contra a pólio, que se reformará a 1 de Junho deste ano, teve
de, com a maior tristeza e celeridade, alertar as equipas mundiais dando-lhes
conta da carta de 6 de Maio, subscrita por Linda Mónaco, assistente do
presidente Obama, dirigida a todos os diretores escolares dos EUA, assegurando
que a CIA (Agência Central de Inteligência) «não usará programas de imunização
para fins operacionais, principalmente aqueles que envolvem voluntários e
trabalhadores da saúde», o que configura mais uma prova do governo quanto ao
seu apoio à Iniciativa Global de Erradicação da Pólio. Esta norma enfatiza a
ideia de que todas as crianças merecem ter acesso a vacinas e outras intervenções
médicas quando necessário.
Esperamos que este anúncio fortaleça o suporte e a confiança
das comunidades, e em particular dos rotários, relativa aos trabalhadores da
saúde, que tanto fazem em prol da erradicação da paralisia infantil.
Claro que, como Conselheiro mundial para a erradicação da poliomielite
2002-2015 – com Bob Scott sou dos mais antigos -, subscrevi gostosamente a
condecoração atribuída a Álvaro Gomes. Na Conferência do Distrito 1970, durante
o Jantar alusivo a Paul Harris, a governadora Goreti Machado entregou-lhe a
distinção em nome do presidente de RI, Ron Barton.
Continuaremos a trabalhar com os nossos parceiros na Iniciativa
Global da Pólio, principalmente nos países afetados pela doença, para livrarmos
o mundo deste mal, e para sempre. E para tal se espera o sofrido e continuado
apoio dos membros do movimento rotário.
Parabéns companheiro Álvaro Gomes.
Maio 2014
Henrique Pinto
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