Não é preciso grande esforço intelectual para reconhecer que,
em todos os tempos, há pessoas, para o bem e para o mal, mais influentes que
muitos movimentos de opinião. Aqueles que nos dizem uma coisa aqui e outras
acolá enquadram esse exército da inveja, o mal mais amplo de qualquer sociedade.
Estão infiltrados por todo o lado. Um mal que afinal existe. Ao longo dos anos
aprendi a distinguir uns de outros. Mas, mor das vezes, continuo a ser
incompetente nessa tarefa.
É grande a tendência para descontextualizar situações e
depois compará-las. Trata-se de erro de apreciação crasso por demais. É também
enorme a propensão para deslustrar as capacidades de outrem e julgar mesmo que
se tudo vai bem é porque este outrem trabalha a nadar em dinheiro. Nem lhes
passa pela cabeça que as dificuldades de ontem são iguais às de hoje. É por
isso que me enojam as comparações de todos os governantes em relação a quem os
antecedeu. É por isso que a mentira sistemática nestas circunstâncias, quando
não a ameaça, se me afigura o fel que alguns desses protagonistas beberão
amanhã. Se bem que muitos, num universo de absoluto masoquismo social, nem pensem
que o amanhã virá. Por via de tais e doutros exemplares cresce neste rincão,
como em nenhum outro – a não ser em extremos de ímpia governança -, o número
dos que creem nos amanhãs que cantam. Que é diretamente proporcional ao rol dos
desencantados de toda a natureza.
Estou sempre disposto a dar a mão e a bênção a todos quantos
me pareçam fugir deste padrão e, seriamente, fazem brilhar o tempo em que vivem
e o analisam sem recorrerem a enviesamentos, ou na falta de informação e longe do diálogo. Horrorizam-me
os tabus e aprecio a discrição proactiva. Creio sempre ter feito jus à
tolerância e a tal discrição. Até no admitir humildemente que a minha opinião
possa ser solitária no cerne da multidão e possa ser aconselhável meditar um
pouco mais, voltar atrás.
Não é preciso grande esforço intelectual para reconhecer que,
em todos os tempos, há pessoas, para o bem e para o mal, mais influentes que
muitos movimentos de opinião. Aqueles que nos dizem uma coisa aqui e outras
acolá enquadram esse exército da inveja, o mal mais amplo de qualquer sociedade.
Estão infiltrados por todo o lado. Um mal que afinal existe. Ao longo dos anos
aprendi a distinguir uns de outros. Mas, mor das vezes, continuo a ser
incompetente nessa tarefa.
É grande a tendência para descontextualizar situações e
depois compará-las. Trata-se de erro de apreciação crasso por demais. É também
enorme a propensão para deslustrar as capacidades de outrem e julgar mesmo que
se tudo vai bem é porque este outrem trabalha a nadar em dinheiro. Nem lhes
passa pela cabeça que as dificuldades de ontem são iguais às de hoje. É por
isso que me enojam as comparações de todos os governantes em relação a quem os
antecedeu. É por isso que a mentira sistemática nestas circunstâncias, quando
não a ameaça, se me afigura o fel que alguns desses protagonistas beberão
amanhã. Se bem que muitos, num universo de absoluto masoquismo social, nem pensem
que o amanhã virá. Por via de tais e doutros exemplares cresce neste rincão,
como em nenhum outro – a não ser em extremos de ímpia governança -, o número
dos que creem nos amanhãs que cantam. Que é diretamente proporcional ao rol dos
desencantados de toda a natureza.
Estou sempre disposto a dar a mão e a bênção a todos quantos
me pareçam fugir deste padrão e, seriamente, fazem brilhar o tempo em que vivem
e o analisam sem recorrerem a enviesamentos, ou na falta de informação e longe do diálogo. Horrorizam-me
os tabus e aprecio a discrição proactiva. Creio sempre ter feito jus à
tolerância e a tal discrição. Até no admitir humildemente que a minha opinião
possa ser solitária no cerne da multidão e possa ser aconselhável meditar um
pouco mais, voltar atrás.
Maio 2014
Henrique Pinto
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