Num destes dias um programa televisivo matinal apresentou um
leque vastíssimo de sugestões de dietas. Por sinal cada uma a parecer mais
disparatada que a precedente. Com o mesmo despudor do de quem se propõe ser
sufragado pelo voto em 2015 e nos apresenta medidas definitivas para 2018.
As dietas assentarão todas nas necessidades calóricas do
indivíduo, saudável, obeso ou com outra doença qualquer. A isso acresce o grau
de motivação do indivíduo, o exercício físico e as interações dos alimentos
(entre si, com os medicamentos, com o próprio sugeito).
Quaisquer fundamentalismos, na dieta como na vivência
social, deformam o normal funcionamento do organismo ou dos seres sociais.
- Não percebo, põe açúcar na ração de alguém em dieta?
- Porque não se tal puder não alterar o conjunto calórico e
transmitir uma sensação de saciedade, inibidora de mais apetites deletérios?
É uma questão de conhecimento científico. Nada tem a ver com
comportamentos disruptivos ao estilo uma vez por semana ou de três em três dias
pode prevaricar. Ou então, como se ouve na rádio de manhã à noite, emagreça com..., a primeira consulta é grátis, sendo qualquer das afirmações uma mentira redonda. Porquanto este é o mesmo agir de quem esmifra o cidadão
durante três anos para aliviar-lhe a carga em ano de eleições. Um velho costume
romano permitia aos escravos, um dia ao ano, serem senhores dos seus donos. O
resultado mais esperado era a sua venda ou imolação no dia seguinte.
Maio 2014
Henrique Pinto
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