Sempre entrei nas mesquitas em hora de culto, depois do muezin, em vários países, sem que alguém
me impedisse. A não ser uma vez em Istanbul, onde me permitiram observar as
orações até dada altura em que, delicadamente, me pediram que saísse. Não será
assim em todo o lado? Pois bem, mas tal não nos permite fazer generalizações
erróneas. Tenho muitos amigos e conhecidos muçulmanos mundo fora com os quais
tenho estreitas relações de amizade. E isso é algo de que me posso orgulhar.
Certo dia fiquei impossibilitado de visitar o Nausoleu Quaid
– E-Azam, em Karachi, onde jaz o fundador do Paquistão, o advogado Muhamid Ali
Jinach. No dia anterior, no Lahore, em pleno hotel Holiday Inn cinco estrelas,
tinha devorado com deleite os dezassete pratinhos, cada um de especiarias mais
apuradas que o anterior. A viagem de duas horas num moderno Airbus da PIA até Karachi, a antiga capital do
Paquistão, foi um martírio, tais as cólicas decorrentes daquele momento de gula.
E nessa noite rebentara uma bomba à porta do Hotel Hilton, com motins e mortos pelas
ruas. Fiquei, pois, dentro do minibus,
observando os turistas subindo ou descendo a enorme escadaria do monumento
fúnebre.
Mas fiquei guardado por um soldado, fortemente armado, alugado pelo
hotel (é um hábito normal) ao quartel local.
Muitos dos meus colegas paquistaneses que vou encontrando na
Europa ou na América, têm-se envolvido devotadamente, no combate à poliomielite (doença
mortal hoje restringida àquele país asiático e a parte do Afeganistão
fronteiriço bem como à Nigéria, em África). Exatamente por isso o presidente do
Paquistão tem contribuído regularmente com financiamento para a causa
reconhecendo, francamente, o empenho ali colocado pelos voluntários
internacionais de Rotary e pelas Nações Unidas.
Abril 2014
Henrique Pinto
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