domingo, 11 de outubro de 2015

A QUARENTONA NÃO O PERMITIRÁ!

Se o emprego baixa em pleno Agosto a economia tem de estar complicada. É difícil a um leigo como eu, mesmo se instruído, encontrar quaisquer melhorias nos últimos quatro anos. Como não é crível serem de todo ignorantes dois terços dos votantes, provavelmente os portugueses ter-se-ão demonstrado mesmo descontentes com semelhante estatuto do país. Se a isto somarmos o maior número de abstencionistas de sempre em eleições para o parlamento, compreende-se mal o sururu reinante entre a crítica situacionista. O reino como o mar não pode ficar à mercê das mesmas correntes.
E não é necessário pegar na macroeconomia para aí chegar, embora custe a crer como o dinheiro externo e interno se esvaiu sem alguma vantagem. Atente-se tão só em dois ou três aspetos conjunturais singelos. Tanto se fala na zona económica exclusiva no nosso mar. E que se fez? Se nem mesmo a proteção da costa e o apetrechamento das barras tem o mínimo de sustentação. O naufrágio da Figueira da Foz é apenas um dos sintomas do desinvestimento, dum olhar de soslaio e pouco sério.
Quando se favorece o ensino e a saúde privadas num quadro de não insuficiência estrutural do setor público, e se desamparam de tal modo franjas da inteligência e sensibilidade, como o ensino artístico, a investigação, o desejável enquadramento de universidades e politécnicos, que pensar? Quando se deixa ao Deus dará quadrantes específicos da saúde, mormente nas doenças raras, na oncologia com listas de espera por cirurgias inapeláveis a engrossarem, por muita simpatia que o ministro possa suscitar, que pensar? Que dizer do mandante educacional tão acérrimo crítico dos seus antecessores? Que crédito a atribuir ao influente colega meu que secretaria a saúde enquanto governante? Até aplicou taxas moderadoras aos dadores de sangue, alegando superavit, para logo depois ter de se importar travejamento tão vital para as vidas em risco!
Creio assim imperioso o explorar de todas as possibilidades de efetivar novas maiorias políticas, em face dos dados eleitorais recentes, tanto mais quanto a quarentona Lei eleitoral só por si jamais o possibilitará.
Outubro 2015

Henrique Pinto

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