Nos EUA governante ou
gente pública a cometer perjúrio ou a viver um deslize sexual é, não raro,
esconjurado na grande praça da ignomínia. Por cá, exaltam-se ambas as faces de
Jano. Pois bem, cada um que tenha os eflúvios sensuais a seu gosto. Ao mascarar
da verdade um sumiço lhe dê!
Um amigo meu comentava
aqui, enigmaticamente para mim, a ausência do grosso do povo socialista no comício
de Costa em Leiria, atribuindo-a a uma nuvem conspiratória local. As minhas
militâncias nunca foram partidárias, antes se cingiram à cultura, à educação, a
causas cívicas e ao saber fazer em áreas profissionais. Porém, sempre entendi
as dissensões em momentos de necessária unidade como o escancarar da capoeira
quando a fome é rainha.
Conheço António Costa, sei
dele ser pessoa íntegra e muito capaz. Desconheço o que lhe vai na alma. Porém,
a procura e consolidação de caminhos nunca trilhados afigura-se-me a via da
difícil verdade. Aos distraídos no momento do ousar apenas me ocorre dizer,
olhem para a Europa onde há maiorias de governo constituídas por segundos,
terceiros e mesmo quintos votados. Sejam corajosos e humildes, guardem as supostas
afrontas para outras núpcias, não borrem a pintura!
O meu amigo Guilherme de
Oliveira Martins, presidente do Centro Nacional de Cultura, deixou agora a liderança
do Tribunal de Contas para entrar no executivo da Fundação Gulbenkian, em
substituição do seu antecessor como ministro da educação. Tal mudança
representa um upgrade cultural e
educacional substantivo num país onde falar de tal coisa é descer ao nível da
minhoca aos olhos neoliberais. Está no mesmo patamar da procura de soluções
governativas em terreno onde estes mesmos valores colhem particular atenção.
Não queiramos recair no nirvana da mentira.
Outubro 2015
Henrique Pinto
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