Ao que me consta as Escolas do Ensino Artístico em Portugal estão hoje «em luto».
O Estado não tem capacidade para proporcionar o Ensino
Artístico na Escola Pública (os conservatórios públicos têm apenas 5% dos
alunos). Esse esforço é realizado pelo ensino privado. Mas não o Ensino privado
do grande capital (a esse o atual governo tem apoiado sobremaneira, basta ver-se o
ranking das Escolas publicado na última semana). Às Escolas e Conservatórios de
Música privados com quem tem Acordos o Estado está em dívida desde o final do
ano letivo passado. Desde que se passou parte do ensino (inclui o profissional
também), em termos de financiamento, do Ministério da Educação para o POPH, um
financiamento comunitário em extinção, a agonia começou. Foram-se safando os
que melhor negociavam.
Quando o senhor ministro diz que resolveu todos os problemas
educacionais deste ano letivo sabe perfeitamente estar longe da verdade. Quanto
ao Ensino onde se fomenta a sensibilidade estética e a criatividade o senhor
ministro continua a observar as estrelas, quem sabe para ter assunto inspirador
duns artigos quando deixar o cargo.
Quando eu tinha responsabilidades nesta matéria pus este ministério da educação em
tribunal por confusões semelhantes. Acho que as Associações de classe do país o
deveriam fazer também agora. Sabendo-se, é claro, que a Associação que
representa o grande dinheiro no ensino privado (e que devia defender também
estes seus associados), a única com força, jamais o fará, prefere continuar a
negociar bons contratos para os seus grandes clientes. Que país ignorante, Deus meu, que vergonha senhor
ministro!
Henrique Pinto
Dezembro 2014
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