Hoje a concorrência no
mundo do capitalismo é mais feroz. Cresce a incerteza sobre a continuidade da
retenção de patentes para obrigar os países de menos recursos a consumirem até
ao osso a tecnologia já ultrapassada. Ainda está fresca a memória dos A7
Corsair para a Força Aérea ou dos sucedâneos do CD. Está a acontecer agora nos
EUA com o bloqueio burocrático à comercialização do gaz de xisto, a descoberta
fabulosa que pode substituir o petróleo e isolar o país como o menos dependente
de energia externa. Há muito carro ainda para vender…
A conversa em torno do que
fazer depois do fim do crude é antiga. O número de desesperados poderá aumentar
desmesuradamente entre muitos dos atuais países maiores produtores, como os do
médio oriente, Indonésia, Nigéria, Venezuela, Angola, Rússia, etc. O descalabro
financeiro mais próximo é precisamente o do país de Putin. A baixa do preço do
ouro negro fê-lo desde logo reaproximar-se da EU. A população vai sofrer na
pele…É bem admissível, para além de quaisquer concupiscências ou ingenuidades sobre um rumo para a felicidade, nada de bom poder advir no imediato do novo paradigma energético. Ele explodirá mais cedo ou mais tarde.
Levará tempo até a nova EDP chinesa sofrer as consequências do blow up tecnológico. Muito embora não lhe sejam cobradas pelo Estado as rendas anunciadas, e celebradas com foguetório televisivo, pese o doloroso aumento para as famílias de 3% no preço da eletricidade, releve-se ou não a pressão exercida para travar o aproveitamento eólico, sabe-se, do ponto de vista chinês ou português, não haver bem que sempre dure.
As alternativas a este
capitalismo duro toldado em matizes neoliberais não serão fáceis de palpar. Mas
à mente das lideranças sensatas, dos humanistas, das pessoas de bem não
egocêntricas, tal dificuldade não deve ser encarada com derrotismo antecipado
antes de ser estruturada no tempo a segura possibilidade existente de a ultrapassar.
Dezembro 2014
Henrique Pinto
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