Costumo desconfiar de
muito sol em dias de chuva. Mas nesta semana ASAE e INFARMED deram
conjuntamente um passo muito importante. Vejamos…
Quando desde há anos se dá
a maior ênfase à Medicina Baseada em Provas em Portugal há mais produtos
farmacológicos à venda sem qualquer teste de validade científica do que
produtos medicamente comprovados quanto aos seus efeitos na saúde.
Se até as universidades
chinesas puseram agora em questão boa parte das receitas da «milagreira»
sabedoria oriental, nós temos este caos ingovernável, que tem um efeito
negativo tão poderoso sobre a saúde como o tem para a economia a Evasão ao
pagamento de impostos. A diferença está em que, aqui, quase tudo se passa
legalmente. E, em muitas situações, sob a égide «o que é natural é bom». Nada
parece menos autêntico.
Isto nada tem a ver com
serem produtos comparticipado pelo ou não pelo Estado. Tem a ver com a
generalidade dos produtos vendidos por multinacionais como Celeiro, pela
totalidade das Ervanárias e com a grande maioria dos vendidos hoje em Farmácias
(cosmética, emagrecimento, vigor sexual, etc.).
Quando muito, alguns são
autorizados (administrativamente, mais nada…) pelo Ministério da Agricultura.
Pois bem, o sucedido nos
últimos dias com a fiscalização sanitária foi proibir no mercado 28 dos 100
produtos analisados, por conterem substâncias ativas nada condizentes com o
exposto na rotulagem. Eram, sobretudo, «coisas» usadas para emagrecer e ter
mais força na … líbido.
É pouco? É sim senhor. Mas
admito poder ser um bom começo.
E, quem sabe, o consumidor
possa aprender a ser mais responsável com o que adquire para seu benefício. Bem
sabemos ser difícil, quando os programas da TV com maior audiência entre os
cidadãos de menor literacia, ainda hoje assisti, propagandeiam longo tempo
semelhante banha da cobra. Claro que é publicidade enganosa. Mas se os produtos
não são ilegais…
Fevereiro 2015
Henrique Pinto
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