Até a dieta ideal pode colidir com o funcionamento de intestinos e estômago, gerando-se
flatulência. Tem efeito pernicioso no
indivíduo. É sobretudo a vida social a mais beliscada.
Artimanhas
de culinária ou recurso a alternativas de qualidade e idêntico valor calórico,
solucionam o entrave.
Advém do acumular
excessivo de gazes no intestino e/ou estômago provocando o «inchaço» da
barriga. É um processo normal. Afeta as pessoas de modo diverso.
Pode também ser secundária
a patologia como obstipação crónica, intolerâncias (lactose, doença celíaca),
Doença de Crohn ou úlceras.
Comer depressa e sob
stress, com intranquilidade (vendo televisão, por exemplo), mastigando mal,
falando muito, pode suscitar flatulência.
O fascínio da Nutrição
Clínica reside no fabuloso avanço hodierno da bioquímica. As reações químicas
pós ingestão de certos alimentos são a causa mor da flatulência.
Os legumes (feijão, grão,
ervilhas e soja, entre outros) estão na base da generalidade dos casos. Como
sucede com os brócolos, couves em geral e cebola. São de evitar, por flatulentos,
os queijos muito curados e os gordos, edulcorantes, açúcar e doces
confecionados com tal produto, batata e bebidas gasosas (refrigerantes com gás,
cerveja, etc.).
Todavia não nos podemos
dar ao luxo de pôr de parte alimentos importantes para a saúde do indivíduo,
bons demais para não se aproveitarem, como legumes, queijo ou ovo, entre
outros.
Há processos e modos de confeção
(leguminosas e todos os tipos de couve), de alternância dalguns alimentos
(couves e brócolos), de escolha (tipo de queijo), entre outros, que minimizam
os danos flatulentos.
Aos legumes e vegetais
referidos bastará deixá-los de molho em água por uma noite antes da sua
confeção (para esta, substituir a água). Nos vegetais, como brócolos e couves, o
mercado cobre um espetro amplo de produtos, permite alternar uns com os outros ou
reduzir a quantidade de cada um na mistura ideal (100 gramas por refeição num
adulto). Podem adicionar-se-lhes na cozedura ervas ou especiarias para a redução
dos açúcares indigeríveis (alecrim, salva, tomilho e funcho).
Ingerir líquidos durante
as refeições atrasa o processo digestivo. No caso do álcool (generalizado erradamente
como «digestivo»), bebê-lo na comida é um hábito ainda pior. Deve beber-se no
intervalo entre refeições mas água ou chá. O de sementes de linhaça triturada,
referia-o o meu saudoso professor Lobato Guimarães na Farmacologia Médica, é um
dos indicados, diariamente, pela ação anti flatulência e contra o inchaço
abdominal. Pode comer-se um ovo, em dias alternados, por exemplo. É fácil ter à
mão o queijo fresco. Iogurtes com Bífidos ou Lactobacilos acidófilos têm uma
ação probiótica importante na prevenção da flatulência. A dieta e o exercício físico
(caminhar estimula movimentos intestinais), são as chaves do reduzir a produção
de gazes. É impossível eliminá-la por completo.
Henrique Pinto,
Professor Doutor
Consulta de Nutrição
Clínica
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