Tenho constatado que existe um nicho substantivo de
pessoas, portadoras de doença crónica – mais grave nuns casos do que noutros -,
que, pura e simplesmente não têm a quem recorrer. Ou porque já bateram a todas
as portas possíveis, referidos duma para outra mesmo pelos profissionais mais
qualificados. Ou porque são resilientes no não cumprimento dos regimes terapêuticos,
dietéticos ou de exercício físico. Ou então por via de poucos profissionais
estarem dispostos a ouvi-las tanto tempo quanto necessitam, como fará um
psicólogo normal, e depois levar outro tanto a procurar mostrar-lhes a
importância do estilo de vida no processo terapêutico. E isto não se pode
relegar para uma segunda consulta quando o doente/cliente paga ou tem de
enfrentar longas esperas. Ou ainda, por último, nos casos em que a Nutrição
Clínica é fundamental na estratégia terapêutica para o doente, o healer, a
pessoa que trata (seja médico, nutricionista ou outro), ter o conhecimento e a
capacidade para relacionar a clínica (patologia, sintomas e evolução) com a
terapia nutricional.
Esta última situação passa-se tanto nas clínicas
industrializadas (com os complementos e dietas em franchising, que coisa
horrível!), como nas não industrializadas, onde por regra poderá não haver
complementação da consulta médica por um nutricionista, psicólogo ou um coach.
Portanto, uma boa primeira consulta feita por um profissional habilitado para
desempenhar todos esses papéis, leva tempo, e não há muita disponibilidade no
mercado. Orgulho-me de o Centro Hospitalar de São Francisco em Leiria, ter
feito esta opção holística.
Outubro 2014
Henrique Pinto
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