quarta-feira, 22 de outubro de 2014

HÁ DOENTES CRÓNICOS SEM ALGUÉM ESPECIALIZADO PARA OS OUVIR

Tenho constatado que existe um nicho substantivo de pessoas, portadoras de doença crónica – mais grave nuns casos do que noutros -, que, pura e simplesmente não têm a quem recorrer. Ou porque já bateram a todas as portas possíveis, referidos duma para outra mesmo pelos profissionais mais qualificados. Ou porque são resilientes no não cumprimento dos regimes terapêuticos, dietéticos ou de exercício físico. Ou então por via de poucos profissionais estarem dispostos a ouvi-las tanto tempo quanto necessitam, como fará um psicólogo normal, e depois levar outro tanto a procurar mostrar-lhes a importância do estilo de vida no processo terapêutico. E isto não se pode relegar para uma segunda consulta quando o doente/cliente paga ou tem de enfrentar longas esperas. Ou ainda, por último, nos casos em que a Nutrição Clínica é fundamental na estratégia terapêutica para o doente, o healer, a pessoa que trata (seja médico, nutricionista ou outro), ter o conhecimento e a capacidade para relacionar a clínica (patologia, sintomas e evolução) com a terapia nutricional.
Esta última situação passa-se tanto nas clínicas industrializadas (com os complementos e dietas em franchising, que coisa horrível!), como nas não industrializadas, onde por regra poderá não haver complementação da consulta médica por um nutricionista, psicólogo ou um coach. Portanto, uma boa primeira consulta feita por um profissional habilitado para desempenhar todos esses papéis, leva tempo, e não há muita disponibilidade no mercado. Orgulho-me de o Centro Hospitalar de São Francisco em Leiria, ter feito esta opção holística.
Outubro 2014

Henrique Pinto

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