Há palavras contundentes para identificar riscos
evitáveis. Mas o que há a temer não são as palavras em si. O receio só deve ser
vigoroso se esse alguém não encontrar um ombro amigo e poder ouvir falar de
boas práticas. Coisa afinal tão fácil de ultrapassar. Há suficientes profissionais
bem qualificados e de formação diversa habilitados para ministrarem, de forma
eticamente superior, esse apoio tão necessário.
Como vimos num texto anterior, a principal causa de morte
entre as pessoas obesas, é a doença cardíaca coronária. Sobretudo em pessoas
jovens, a própria obesidade aparece às vezes associada a hipertensão e AVC.
A Tensão alta, os triglicerídeos do sangue elevados e o
colesterol LDL alto (o chamado de mau colesterol), uns e outro formações
lipídicas (gorduras), favorecem a formação de lesões ateromatosas nos vasos
sanguíneos, precursoras de aterosclerose. E há ainda, entre os obesos, o risco
acrescido de anormalidade dos fatores de coagulação. O que mais favorece a probabilidade
de ocorrerem tromboses e enfarte do miocárdio.
Todos estes distúrbios melhoram substantivamente com terapêuticas
de redução do peso. É uma afirmação forte e inquestionável. A mesma perda
ponderal intencional de meio quilo a nove quilos (a que me referi noutro texto a
propósito da diabetes), tem aqui a responsabilidade por minorar em 40 a 50 por
cento as mortes possíveis relativas a cancros de afinidade com a obesidade
(colon, reto e próstata, no homem, e endométrio, útero, cérvix, ovário e
vesícula biliar na mulher).
Nem todas as senhoras podem rever-se com entusiasmo como
Vénus ao espelho (de Rubens). O mesmo se podendo pôr em causa perante o ego narcisista.
Mas todos, as senhoras e os cavalheiros, podem, estando informados do risco,
habilitar-se a um programa terapêutico correto e a mudanças no estilo de vida.
Outubro 2014
Henrique Pinto
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