Preocupa-me sobremaneira a subnutrição dos idosos e
particularmente dos internados, tanto nos hospitais como em lares, e a
sedentarização (e infantilização) dos que estão nestes últimos. Em muitos
estabelecimentos, não fora quantas vezes o voluntariado, e os serviços de catering deixavam e logo levavam o
pratinho sem que o idoso debilitado lhe chegasse a tocar.
Mas hoje, Dia do Idoso, enfatizarei apenas o combate ao seu
natural sedentarismo a todos os níveis, independentemente do seu estado geral.
O exercício vigoroso, tanto aeróbico como contra a
resistência ao peso, é essencial ao bem estar dos idosos.
Normalmente, a atividade física aeróbica está associada ao
risco reduzido de Doença cardiovascular e mortalidade em geral.
Sabe-se hoje com segurança da inevitabilidade do desgaste
dos músculos com a idade.
Portanto, as pessoas de idade devem, no limite das suas
capacidades físicas e mentais, envolver-se em exercícios aeróbicos e de treino
da força. Isto deveria estar na vanguarda de qualquer programa de saúde pública
e políticas de apoio nutricional aos idosos.
Todos os lugares ou organizações onde as pessoas de idade se
concentram ou encontram regularmente devem considerar a implementação de
programas de exercício físico.
Quanto mais acessíveis e menos proibitivos estes programas
forem, mais provável poderá ser a sua implementação.
Recordo-me de há quase 40 anos na América me escandalizar um
tanto ao ver por todo o lado locais onde os idosos dançavam. Rapidamente
arrepiei caminho. Na verdade, tenho como bom exemplo a popularidade atual de
programas de dança. Trabalhadores da nutrição, de serviço social, de enfermagem
e da saúde pública, devem constituir-se como vanguarda na promoção desta
vertente dos cuidados de prevenção nos idosos.
Com a idade assiste-se à perda de massa muscular e ao
declínio da força, mobilidade e agilidade. Défices que podem ser minimizados
pelo exercício físico. E ao ar livre, sempre que for possível. Não nos
esqueçamos na ação da luz solar na síntese da vitamina D e na ação desta ao
potenciar a absorção do cálcio.
Obviamente, não se pode descurar a importância da toma de
antioxidantes, vitaminas e minerais (peixe e vegetais têm-nos com
fartura).Também os folatos e vitamina B12 (a função cognitiva muito depende da
adequada suplementação desta), são importantes no prevenir da doença vascular,
cardíaca ou periférica.
A alimentação dos idosos deve, por regra, ser rica em
cereais e pão, vegetais verdes, amarelos e laranja, frutos e legumes, numa base
diária, bem como em porções regulares de peixe, aves domésticas, carne ou ovos,
para providenciar os nutrientes necessários de forma saudável. Deve ser dada
atenção à suplementação em vitaminas D e B12, além de cálcio, para quantos
possam estar em risco de défice a este nível.
Outubro 2014
Henrique Pinto
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