Não gosto de montras nem de confessionários públicos. Vou escrevendo ideias e pontos de vista que entendo susceptíveis de terem interesse público.
O Concerto da Orquestra Europa Galante, Portugal teve agora o ensejo de os voltar a apreciar, é um must de execução e direcção da música barroca. Fabio Biondi, musicalmente conhecido de há décadas, é o inspirador lúcido, criativo, singular.
Também Pedro Carneiro é daquelas personalidades míticas, enche a alma conhecê-lo, fruir a sua amizade. Apreciar o trabalho com a sua/nossa Orquestra de Câmara Portuguesa é bálsamo e tonificante para espírito e corpo.
Ter a abrir o Festival Música em Leiria (28 edições anuais consecutivas) estes dois grupos e personalidades é um privilégio, a que, porventura, só os antigos deuses gregos lograriam chegar. Talvez Miguel Sobral Cid, director artístico, seja um desses deuses vivos. Em qualquer caso veneramo-lo.
Poucas horas depois de me despedir de Pedro Carneiro rumei a Vila Real, em Trás os Montes, a tempo da Abertura do segundo dos três dias da 27ª Conferência do Distrito 1970 de Rotary International. Que há de melhor que os amigos? Foi bom rever muitos deles. Óptimo mesmo foi encontrar um muito especial, de longa data, Luís Vicente Giay. Interromperam-nos para lhe apresentarem um argentino, afinal venezuelano, e ficámos
muito tristes com a boçal indelicadeza. Impressionou-me muito positivamente o trabalho dos jovens do Rotaract. E gostei imenso de ouvir uma vez mais o Embaixador Anacoreta Correia com a sua vasta experiência. Quando o conhecimento é mais que sabedoria, saudável e fértil e vem de fora da organização ou do serviço, devemos entender a lição a dobrar. É uma bênção.
Afinal, na minha vida profissional e cívica sempre privilegiei a colaboração dos jovens – os estagiários e trabalhadores jovens de qualquer nível ensinaram-me muito e abriram sempre os meus horizontes -, e das pessoas mais conhecedoras e com experiência de grande valia. Consegui-o sem
nunca ter posto alguém de lado, mesmo se um fardo, no grande respeito pela pessoa humana, com virtudes e defeitos. Logrei-o também nunca desistindo de qualquer empenho, levando os barcos até ao porto. Quem sabe se a persistência de minha mãe, inquebrável, e o marinheiro experiente que foi meu pai, tão saudosos, me não acompanham ainda, sempre sorrindo, sempre alentando.
Voltei para o Estoril ainda a tempo de Jantar, preparado para a entrevista da Televisão, o Jantar com uma delegação de Rotários belga, o acabar a apresentação para a Convenção no Canadá onde voltarei a estar com Deepa Willinghan que conheci em Inglaterra, rever uma página para o Jornal de Leiria, como Advogado do Diabo, e olhar o mar. Segunda-feira é outro dia.
Henrique Pinto
Maio 2010
FOTOS: Fabio Biondi; disco de Europa Galante e Fábio Biondi, seu fundador e director; maestro Pedro Carneiro, aqui como percussionista; 27ª Conferência do Distrito 1970, Henrique Maria e Luís Giay; Orquestra Europa Galante; Manuel João e Rute Madureira Pires, Beatriz e Waldemar de Sá, Maria Antónia e marido e demais amigos da minha mesa, no jantar com Ray Klingensmith; Embaixador Anacoreta Correia entre amigos; Deepa Willingham; Daniela, Biondi e Gonçalo Lopes, vice-presidente da Câmara Municipal de Leiria; Vivaldi
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