Congratulo-me por ver dois pesos pesados da política, Paulo Mota Pinto (PSD), professor da Universidade de Coimbra, e António Costa (PS), presidente da Câmara Municipal de Lisboa, a tomarem posições públicas semelhantes, favoráveis à reformulação da arquitectura da legislação eleitoral em Portugal.
Neste aspecto estamos de facto ainda muito aquém dos países democráticos evoluídos. Mas o caminho parece aberto.
No campo da higiene alimentar a criação da ASAE foi um passo muito louvável. O que não isenta a sua prática de crítica contundente. Podendo ser uma entidade respeitada os excessos cometidos tornaram-na apenas temida.
Neste aspecto estamos mesmo assim muito para além dos países democráticos evoluídos. Caímos no exagero.
Acabámos a inviabilizar fórmulas de venda e exposição de produtos alimentares que em nada atentavam contra a salubridade, como muitos dos mercados ao ar livre (existem por toda a Europa com um enquadramento ajustado), as alheiras de Mirandela, o peixe seco da Nazaré ou o Queijo da Serra.
Nos anos imediatos a 1986 Portugal negociou com a Comunidade Europeia as formas e dossiés de adesão. O acordo PAC liquidou agricultura e pescas, outras plataformas queimaram a grande indústria. Fez-se isto a troco de dinheiro que ninguém viu passar entre as gotas da chuva.
Eram as couves e as batatas a que qualquer aldeão (ou um país) lança mão em períodos de pousio. Agora dizem tão iluminados negociadores que o mar é a grande oportunidade. Pois é, mas é fundo.
Henrique Pinto
Maio 2010
FOTOS: Arte Chávega na Praia do Pedrógão, Leiria; Professor Paulo Mota Pinto, filho de Carlos Mota Pinto; peixe a secar na Praia da Nazaré.
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