quarta-feira, 5 de maio de 2010

UM ABRAÇO A MARCELINO CHAVES

Fiquei siderado quando o companheiro anafado mirou o meu badge e largou de chofre «És do distrito do Marcelino?», para logo depois concluir, quase sem respirar, «Ele está bem? Dá-lhe um abraço!».
Não imaginava ainda aquele areópago de estrelas como um mundo de simplicidade e fiquei vaidoso.
Mas depois do grande presidente Mat Caparas foi a vez doutro presidente de Rotary International (RI), grande entre os maiores, Frank Devlyn, perguntar sem demoras quando nos convidou, a mim e à Graça, para lhe fazer companhia ao almoço com a Glória Rita, «O Marcelino como vai?».
Para quem sempre viu no companheiro Marcelino Chaves, com o seu sorriso maroto e crítico, inteligente e carinhoso, um rotário de referência, e imaginou das suas histórias heróicas de gente simples deste mundo um guru da solidariedade, a honra não podia ser maior.
Por tudo o que fez mas também por estes momentos a que foi alheio, acho da maior pertinência, quando os exemplos são a melhor das lições, evocá-lo aqui.
Rotário durante 46 anos, fundador dos clubes de Estarreja e de S. João da Madeira, de que foi presidente, Marcelino Chaves, depois de Ernesto Santos Bastos e de Salazar Leite, foi o terceiro e último director português de Rotary International (1991-93), pertencendo à Comissão Executiva do Board em 1992-93, exactamente com o presidente 2002-03 Bhichai Rattakul.
Para lhe testemunharem o seu enorme apreço pela trajectória pessoal e Rotária, os dois distritos rotários portugueses homenagearam-no em Outubro de 2000 na Curía. Foi «Um Abraço a Marcelino Chaves» que contou com o envolvimento de muitos rotários, nomeadamente do Brasil e de Espanha, como testemunham os documentos subscritos por dois dos ilustres membros da comissão organizadora, o governador 1993-94 do distrito 1970, Manuel João Madureira Pires, e o sempre lembrado governador do distrito 1960, do mesmo ano, Peter Tonnies, entretanto falecido.
Marcelino Chaves, alfacinha, viúvo da saudosa Gracinha, faleceu aos 78 anos, vigorosos anos que viveu fruindo até ao fim, prazenteiro, em Santa Cruz, a companhia dos cinco filhos e nove netos.
Homem de ciência cujo gosto teve a felicidade de transmitir a descendentes, diplomou-se em engenharia química na Suíça, onde foi assistente universitário de química e física nuclear, e foi membro do Centro Europeu de Investigação Nuclear. Membro de associações profissionais em Portugal e mundo fora e de congéneres cívicas diversas, foi deputado no parlamento e integrou o conselho de informação.
Desde governador do ainda distrito Portugal (1975-76) a director de RI, Marcelino Chaves «mexeu» e bem em todos os cargos possíveis: Instrutor distrital; comissões distritais; intercâmbio de jovens; CIP (s) Portugal – Brasil e França – Portugal; representante no Conselho de Legislação em Chicago, função para que voltou depois a ser indicado pela XIX Conferência do distrito.
Foi group leader nas Assembleias Internacionais de 1982 e 1983, um dos onze magníficos como coordenador internacional da campanha PolioPlus no seu dealbar, membro de comissões internacionais como Preservação do Planeta Terra, Public Relations, Convenção da Cidade do México, PolioPlus Speaker’s Bureau; Assembleias Internacionais e Conferências Presidenciais, nomeadamente a Pan-americana, no Rio de Janeiro. Foi ainda liason director em várias comissões e presidente do Instituto de Zona do Instituto Internacional de Nice e da Convenção Internacional de Glasgow.
Foi representante dos presidentes de RI em mais de 30 conferências distritais. Em 2000-01 foi National PolioPlus Advocacy Advisor e Area coordinator of Europe for the children at risk task force. Já em 1997, como em 2002-03, foi proposto para presidente de RI.
 Activo mais do que nunca nos eventos que promovi em 1998-2003, mau grado as duras circunstâncias pessoais em que a dada altura o fez, aqui lhe deixo, reconhecido, com grande amizade, ternura e saudade, um abraço perene a abarrotar de apreço pelos seus francos sucessos e o seu precioso legado.
Henrique Pinto
Da Galé a Leiria
Julho 2002 – Maio 2010
FOTOS: 1991, Recepção em Espanha pelo Rei Juan Carlos, presentes além de Marcelino Chaves o presidente de RI Rajendra Saboo (Índia) e esposa e Júlio Sorjuz (Espanha); 1993, Marcelino Chaves, membro do Board presidido por Cliff L. Dochtermann (EUA), com a Gracinha; Gloria Rita e Frank Devlyn (México), 2010; Marcelino Chaves com Carl-Whilhelm Stenhammar (Suécia) e Meliço Silvestre, Conferência de Coimbra, 2003; Marcelino Chaves com o Board de RI na Assembleia Internacional, 1993; Henrique Pinto, Marcelino Chaves e Manuel João Madureira Pires, Gondomar 2002, Seminário para presidentes;
Marcelino Chaves na Assembleia Plenária das CIP, Leiria, 1998; Seminário Novas Lideranças, Aveiro 2002, com Henrique Pinto, Chistine Mcnabe (OMS Genebra) e o ministro dos Assuntos Parlamentares Luís Marques Mendes;  Marcelino Chaves no Seminário da Equipa Distrital, 2002, S. Pedro de Muel; Marcelino Chaves com Julio Sorjuz e Alceu Vezozzo (Brasil), Curía, 2002; Marcelino Chaves com Örsçelik Balkan (Turquia), Henrique Pinto, Helena Cardona e Manuel João Madureira Pires (Chairman), Jantar do Governador de RI, Coimbra 2003; Marcelino Chaves e Alceu Vezozzo, Curía 2002; Maria da Graça, Marcelino Chaves e Henrique Pinto, Natal Rotário, 1998, Leiria; Marcelino Chaves com Flavio Mendlovitz (Brasil) e Guilherme Rocha, Aveiro, 2002.

2 comentários:

  1. REGINA RODRIGUEZ-MARTIN5 de maio de 2010 às 16:59

    Dear PolioPlus Committees,
    As a show of support for Rotary’s campaign to “End Polio Now,” we invite you to sign the virtual “Kick Polio Out of Africa” soccer ball: www.kickpoliooutofafrica.org, and pass it on to a friend!
    In the months leading up to the FIFA World Cup in South Africa this summer, Rotary clubs across Africa have been gearing up for the final push to kick polio out of the continent. On 23 February, a “Kick Polio Out of Africa” awareness campaign launched with the symbolic kicking of a soccer ball signed by Archbishop Emeritus Desmond Tutu, himself a polio survivor.
    The journey began in Cape Town, South Africa, one of the host cities for the 2010 World Cup. The ball is traveling through 22 polio-affected countries to Egypt, en route to the RI Convention in Montréal, Québec, Canada, in June. At each stop, ceremonies and public events are being held—and the ball is signed by Heads of State, health ministers and other dignitaries-- to create awareness and build support for the push to end polio.
    For those unable to attend the ceremonies in person to celebrate and show their solidarity, we have created a virtual “Kick Polio Out of Africa” soccer ball. The tremendous global enthusiasm for soccer as the FIFA World Cup approaches -- which will be hosted for the first time on African soil-- can be harnessed to help save children in Africa who are still threatened by this disease. The signatures will be presented to the partners of the Global Polio Eradication Initiative after the 2010 World Cup.
    We'd like to invite you (and everyone dedicated to polio eradication) to sign the virtual ball at: www.kickpoliooutofafrica.org
    Best regards,
    Regina Rodriguez-Martin
    PolioPlus Coordinator
    The Rotary Foundation of Rotary International

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  2. Este artigo afinal "deve" ter sido engano...
    Já agradeci algumas vezes e não obtive sequer um "olá filha do Marcelino!"
    A vida é assim...

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