Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros, e Henrique Pinto, médico e presidente do Orfeão de Leiria Conservatório de Artes (OL CA), estiveram juntos no Café das Quintas, que decorreu no dia 13 de Maio, e falaram sobre Portugal e os portugueses, numa perspectiva pessoal e profissional. Os convidados, que têm em comum uma vida profissional que vai além fronteiras, ligados a entidades e causas internacionais de relevo, falaram ainda sobre as paixões que os movem e os fazem sorrir, Luís Amado pela escultura, e Henrique Pinto pela música.
Luís Amado considera-se muito ligado à sua terra, «ao Vale do Lena», onde cresceu e aprendeu a viver com a natureza, com a paisagem das Serras de Aire e Candeeiros. Foi lá, inclusivamente, que descobriu a sua grande paixão, a escultura da pedra, que ocupa os seus poucos tempos livres. Aproveita as suas viagens pelo mundo para recolher pequenas pedras que espera, um dia, poder mostrar em exposição.
Henrique Pinto revelou que a sua paixão pela música começou desde cedo, ainda menino, quando começou a aprender. Cantou em vários coros, passando pelos das escolas da Universidade de Lisboa e pelo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, cidade que é, aliás, outra das suas paixões. «A música sempre fez parte da minha vida, tal como sempre gostei de escrever, e a minha paixão pela música é intensa», referiu Henrique Pinto.
A sua ligação à cidade do Lis começou há cerca de 30 anos, quando veio trabalhar com a mulher, um para o Hospital de Leiria, outro para o Laboratório Distrital. «Depressa fiz um grande número de amigos e criei um núcleo profissional e familiar forte, que me liga a esta cidade desde então», salientou o presidente do Orfeão de Leiria.
O ministro dos Negócios Estrangeiros falou também da sua ligação à Madeira, onde passou longos anos da sua vida, e disse que o facto de estar ligado a várias terras o faz viver bem com a actividade diplomática. «É um prazer extraordinário exercer estas funções, é uma posição de observação única, que me permite ter uma visão de Portugal e dos portugueses muito privilegiada», referiu Luís Amado, que acrescentou também que considera que o nosso País tem um grande potencial de afirmação na Europa e no mundo, já que representa uma forte potência histórica em várias zonas do globo, como no Oriente e em muitos países africanos.
Quanto às relações diplomáticas, Luís Amado descreve-as como fascinantes, onde, mantendo a sua dimensão real, a representação portuguesa se sente muitas vezes pequena, mas noutras ocasiões se sente grande e com um papel fundamental na resolução de conflitos ou no contributo para algumas vitórias da diplomacia mundial.
Por seu lado, Henrique Pinto vive as relações externas num âmbito social, com objectivos de solidariedade, como por exemplo através do seu trabalho com o Rotary International. «A solidariedade é um campo mais aberto, onde não há caras nem fundamentalismos, é fazer o bem pelo bem», salienta o médico.
Quanto à forma como o mundo olha os portugueses, Henrique Pinto refere que sempre encontrou «lá fora grande empatia com o nosso País, e nunca qualquer referência à nossa pequenez», já que lida com muitas pessoas «profundamente conhecedoras da nossa realidade, o que nos faz orgulhar de sermos quem somos».
A animação musical desta sessão do «Café» esteve a cargo de Rodrigo Queirós, que interpretou, ao violino, peças de compositores diversos escolhidas de improviso, ao sabor da conversa. O Café das Quintas, uma iniciativa do Orfeão de Leiria Conservatório de Artes, dinamizada por Carlos André, regressa para a penúltima edição da temporada no próximo dia 3 de Junho, quinta-feira.
Midlandcom
Maio 2010
FOTOS: Luís Amado e Henrique Pinto (fotos Sérgio Claro)
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