A minha vida está por demais preenchida de quinta a domingo.
Sempre. Por isso só hoje me é permitido evocar dois acontecimentos relevantes
que me tocam fundo.
1 A morte de Nelson Mandela
Chega sempre o nosso dia. Mas quando é o de alguém que foi
particularmente importante para o mundo no que concerne à exaltação da liberdade
e à consciência dela, ou à solidariedade entre as pessoas, de Mandela, Ghandi
ou Teresa de Calcutá, nenhuma pessoa de bem fica indiferente. Com os nossos
filhos e netos recordaremos sempre, sem esforço, o homem notável agora finado,
Nelson Mandela. Disse a minha filha, tivemos o privilégio de nas nossas vidas
termos tido alguém assim. Eu que o vi e ouvi de perto, como também Madre
Teresa, sinto um redobrado orgulho nisso. O seu exemplo foi-me particularmente
chegado e sentido. E di-lo-ei sempre.
2 A última aula de Mário Vieira de Carvalho
Professor da universidade nova – uma das quatro
universidades em que fui estudante em áreas diversas – o sociólogo musical, meu
amigo desde Coimbra, meu vizinho desde miúdo em Cascais, Mário Vieira de
Carvalho, deu há dois dias a última aula, por limite de idade, e falou de Gil
Vicente (o primeiro teatro de côrte do mundo) a Stockausen para uma multidão de
devotos. Visitou o Orfeão de Leiria, a meu convite,
enquanto secretário de
Estado da cultura. Em 1974 cortei a barba para ficar «de ideias arejadas» num
filme que fizemos para a RTP, dirigido por ele, com o CELUC, Coral dos
Estudantes da Faculdade de Letras da universidade de Coimbra e Chico Buarque da
Holanda.
Henrique Pinto
Dezembro 2013
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