Há coisas muito curiosas. Levou tempo, infelizmente, a que
em Portugal houvesse alguma queixa contra a prática médica. Todavia, hoje,
infelizmente, contesta-se por tudo e por nada. Veja-se, a síndroma de morte
súbita tanto pode ocorrer na sala de urgências dum hospital como num campo de
futebol. Os seus mecanismos bioquímicos são ainda em grande parte desconhecidos.
Mas o tratamento público é assaz diferente e em ambos os casos fruto da
ignorância, que também não merece esclarecimento adequado. E deveria tê-lo.
Hoje tornou-se moda verem-se os jogadores de futebol
super tatuados. Não há gato pingado que não use uma qualquer tatuagem no local
mais ousado do biquíni ou do calção. E no entanto continua sendo uma prática de
altíssimo risco – cujos resultados letais não são por regra publicados enquanto
tal -, mas socialmente sancionada positivamente. Para o cidadão comum e a
informação generalista parece só serem práticas de risco as eminentemente
médicas, mesmo onde a experiência já deu sobejas provas de sucesso.
Dezembro 2013
Henrique Pinto
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