O tempo
estava inclemente. Chuva diluviana, aquaplaning
nas vias principais do país, retenção no tabuleiro da Ponte 25 de Abril por
mais duma hora, acidentes e insultos de buzina, eis os elementos do demo que pontuavam
a tarde de sábado na minha viagem (de quase 200 quilómetros) até Sesimbra.
Cheguei tarde ao cine teatro João Mota (assim o conhecia em miúdo, é lá que
está a Biblioteca Municipal), mesmo ao lado da Escola Básica onde fiz exame da
quarta classe. Acorria a um chamado da querida companheira presidente do Rotary
em Sesimbra para englobar um painel sobre alimentação equilibrada. Fi-lo com
imenso gosto. É uma área tão vilipendiada hoje em dia pelo conflito entre a
aspiração de qualidade e boas práticas e a agressividade duma indústria
poderosa, que já nem é a do fast food
mas a da dieta franchisada, dos drenantes, suplementos e tutti quanti, instalada num país debilitado e sem emprego digno para
os profissionais mais adestrados. São poucos os médicos especialistas numa
determinada área que abraçaram como eu, pleno de entusiasmo e paixão, o campo
vastíssimo, moderno e fascinante da nutrição clínica. Anima-me assim, uma vez
mais, um espírito de causa tão próprio de Rotary e tão entrosado no meu modo de
ser. Julgo que o painel correu bem. A participação da companheira Engenheira
Lucília Baioneta a abordar o outro lado do problema, o como fazer, e a sageza
da jornalista Maria de Fátima Rodrigues, editora dos periódicos O Sesimbrense e
Jornal de Loures, entre outros, fez do conjunto uma simbiose excelente. Afinal,
quem também está muito grato sou mesmo eu, presidente Argentina Marques. Se
hoje me voltassem a perguntar «mas o que é que há entre Nutrição e Rotary?», neste
contexto, eu teria de responder apenas e uma vez mais, «tudo».
Henrique
Pinto
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