A Fundação AMI completa agora as bodas de prata. Inicialmente dedicou-se sobremaneira à assistência médica internacional. Ao longo dos anos a área de intervenção foi-se tornando mais abrangente. Não só por ter alargado o seu campo de acção a Portugal, hoje com 11 estruturas de apoio social em pleno funcionamento e duas em fase de construção. Mas também por actuar noutros campos, todos eles directamente relacionadas com a saúde do seres humanos numa perspectiva holística.
Fundada em 1984 pelo médico, cirurgião geral e urologista Fernando Nobre, esta instituição de voluntários exclusivamente portuguesa, tem como preocupação central defender o ser humano contra a intolerância e a indiferença, duas doenças entre as mais graves da humanidade. Na AMI crê-se que cada vida humana é única, insubstituível, digna de atenção e cuidado!
Quando a situação da pobreza em Portugal é bem preocupante e o número de pessoas a recorrer aos equipamentos sociais da AMI aumenta dramaticamente, a organização entendeu assinalar o 25º aniversário de forma a melhor simbolizar a solidariedade entre os seres humanos, o ideal que persegue. A força dos símbolos, como a do amor, pode mover montanhas.
Tenho profunda admiração e estima pelo meu colega Fernando Nobre. Um respeito que vai muito para além do que me merece o inspirado voluntarismo que o levou a fundar a AMI, depois de conhecer de perto as necessidades em apoio sanitário, tanto nas calamidades naturais como nas que são obra dos homens, nos 2/3 do mundo onde se vive mal. Homem profundamente democrata, Fernando Nobre é um líder respeitado em muitos enclaves do mundo. Sobretudo naqueles infernos onde tal atributo é palavra-chave para passar incólume e com êxito entre contendores ferinos e levar o pão da vida aos carentes. Desde o mais recôndito aeroporto nas savanas africana e asiática, ele acompanha a caravana com o arroz e outros cereais, medicamentos e demais suportes da vida, comprados ou doados algures na Bélgica ou na Holanda, e cruza fronteiras de sangue e ódio, sem alma.
A celebrar efeméride tão redonda a AMI promove um concerto na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa a 11 de Dezembro. Chama-lhe Concerto Contra a Indiferença. É um espectáculo da responsabilidade da Orquestra Metropolitana de Lisboa, que prontamente aceitou o desafio, e oferece a receita total aos projectos da AMI em Portugal. Tendo como solista Alexandre da Costa (violino) e a direcção musical de Cesário Costa, a Metropolitana propõe composições de Béla Bartók, Joly Braga Santos e Sergei Prokofiev, entre outros autores.
Henrique Pinto
Novembro 2009
Com a colaboração de Albino Reis
FOTOS: Fernando Nobre
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