domingo, 20 de dezembro de 2009

INSTITUTO CAMÕES E UNIVERSIDADE MONDLANE COM CÁTEDRA DA LÍNGUA PORTUGUESA


O projecto, o primeiro do género em África, tem a duração de cinco anos e já tem um financiamento para o primeiro ano, explicou hoje à Agência Lusa a professora Perpétua Gonçalves, que vai dirigir a iniciativa.
A investigação, explicou, vai funcionar a partir da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, e conta com a rede de leitores de Português da Namíbia, África do Sul, Zimbabué e Botsuana.
Com o objectivo principal de fomentar a investigação e promover o Português e o seu ensino na região da África Austral, a cátedra vai criar uma página na Internet sobre «Português Língua Não Materna», promover materiais didácticos e um observatório de neologismos, criar uma base de dados e promover a formação de docentes e investigadores em países que têm o inglês como língua oficial.

«Não se sabe, por exemplo, porque não está estudado, as dificuldades de um falante de Banto que tem o Inglês como língua segunda e está a aprender o Português como língua estrangeira», disse Perpétua Gonçalves.
Um dos principais objectivos da dirigente da equipa de sete pessoas será a criação de um site «sobre pesquisas da língua portuguesa em Moçambique, para tornar acessíveis materiais já publicados», explicou a responsável, acrescentando que vão também ser sistematizados materiais que têm sido produzidos para o ensino do Português e as metodologias que foram usadas.
Entusiasmada com o projecto, Perpétua Gonçalves explicou que este primeiro ano será de diagnóstico e lembrou que a cátedra foi apresentada à Universidade aquando da visita a Moçambique do Presidente de Portugal, Cavaco Silva, em Março do ano passado.

«De uma forma geral, a cátedra visa apoiar a investigação científica no domínio da aquisição/aprendizagem da língua portuguesa e do seu ensino em contexto africano multilingue», afirmou.
A responsável espera, com a iniciativa, promover a emergência de investigadores moçambicanos nesta matéria, incentivar a realização de trabalhos de campo na área da linguística e difundir resultados de estudos que sejam feitos em Moçambique, mas também em Portugal.
Apesar de já existir na Universidade «uma tradição de estudos sobre língua portuguesa (projectos e teses)», a cátedra constitui «a primeira grande iniciativa» em que a Universidade «não só se associa a outra instituição não moçambicana, como cria condições para o enquadramento de uma importante equipa de docentes/investigadores» da Universidade no desenvolvimento da pesquisa nesta área, disse Perpétua Gonçalves.

in Oje – O Jornal Económico

Cabo Verde

Dezembro 09

FOTO; Walter, meu secretário na OMS, algures em África; jornal Oje

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