O MELHOR DO ‘ORFISMO’ ESTà DE VOLTA CHEIO DE CORES OPTIMISTAS E
QUESTÕES SEM RESPOSTA
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Numa antestreia de 1913 do Salão de Outono em Paris, onde o Orfismo era
apontado como a coisa quente na pintura, o New York Times escreveu: “As
pessoas ...
Há 5 horas
Passei boa parte de 2009 quase recluso, refém de situações de doença. Quem encara a vida com permanente optimismo e esperança e é dificilmente movível para o campo dos cépticos, maldizentes do seu país, descrentes no futuro, negociação e conquista do bem-estar sem atropelos a ninguém, encontra porto de abrigo em qualquer vendaval. Com uma actividade pública mais restrita – quase sempre longe do convívio e da praxis social – senti um indizível prazer na vida em família, já tinha saudades, as horas no nosso ambiente, propício à escrita e à pintura, os sucessos da filhota, no nascimento do Miguel e num trabalho mais resguardado mas não menos intenso.
ResponderEliminarSer o primeiro português depois de Salazar Leite e Marcelino Chaves a falar numa Convenção de Rotary International – sei que deixo pessoas a moerem-se por causa disto, mas, orgulho-me de ter a liberdade de o conseguir sem que para tal tenha de trepar pelas costas de alguém - e reiterar o sucesso como dirigente da maior escola de música da Europa, foram momentos encorajadores.
O crescimento das CIP como instrumentos de paz, a reacção positiva dos responsáveis em cada nacionalidade à saga contra a iliteracia, que me coube estimular – catorze países do sul da Europa e da orla do Mar Negro, em 2008, e doze em África neste ano -, como a dos meus alunos na universidade ou o impacto dos pareceres em saúde, verteu sobre os meus achaques um incontido entusiasmo.
A música ao vivo, de Elton John à London Symphony, em tantos concertos, as grandes exposições do Barroco, Londres, Lisboa e Paris, a leitura de Philip Ross e a «remake» dos clássicos portugueses, avivaram a minha sensibilidade, o gosto de viver e conhecer.
No Brasil senti a juventude de todas as idades e ganhei alento para chegar a todo o lado, como Alexandre, qual Hércules, João Garcia ou Gonçalo Cadilhe.
A política à portuguesa couraçou-me contra a ignomínia e a injustiça, o passamento do tio Mário, da prima Jô e do Carlos Lança, tocaram-me fundo dando-me redobrada coragem para enfrentar o inevitável, sem constrangimentos, mesmo que seja o admitir que a felicidade, tamanha felicidade, possa ser efémera.
Henrique Pinto
Dezembro 2010